17% das gestantes brasileiras sofrem com a doença

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
28/05/2015 às 06:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:14
 (Depressão na gravidez pode trazer implicações à saúde da mãe e do bebê)

(Depressão na gravidez pode trazer implicações à saúde da mãe e do bebê)

Se para a maioria das mulheres a gestação é um momento de plenitude, para 17,34% das brasileiras esse período é deprimente. Foi o que revelou um estudo realizado pelo Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Um grupo de cerca de 250 gestantes e/ou mulheres no pós-parto vem sendo avaliado há dois anos no Hospital das Clínicas por pesquisadores, que ainda não conseguiram identificar as causas da doença, nem se ela difere dos casos “comuns” de depressão.

De acordo com o psiquiatra e doutorando pelo programa de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG, Tiago Couto, que participa do estudo, nos últimos cinco anos, o assunto tem recebido mais atenção de profissionais da saúde, mas ainda é preciso investigar melhor a origem do problema.

Teorias

“A princípio, o que os estudos têm mostrado é que existe uma diferença entre a depressão na gestação e a depressão fora dela. Procuramos ver se existem causas diferentes também”, antecipa o médico.

Segundo ele, o próximo passo será avaliar marcadores genéticos e inflamatórios das pacientes, a fim de checar se eles apresentam alterações. “A depressão parece ser uma doença inflamatória. Essa é uma possibilidade que vamos estudar”.

Tratamento

Para as grávidas, a doença pode representar implicações à própria saúde e à integridade do bebê. Um dos maiores desafios dos médicos, nesses casos, é conseguir chegar ao diagnóstico correto, já que existe resistência das pacientes em reconhecer que há algo errado.

“Pode acontecer de a própria mulher pensar ‘espera aí, era para eu estar feliz’ e sentir vergonha da situação. Pela questão cultural, muitos quadros passam despercebidos, cerca de 80% deles”, afirma Couto.

Quando a depressão é identificada, o problema é a resistência aos medicamentos, quando eles são necessários (nos casos moderados e graves). “O custo-benefício de tratar é maior. Sem tratamento, os filhos podem ter alterações que comprometam o desenvolvimento ao longo da vida”.
 

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