Especialistas recomendam plano de estudos nas férias escolares

Izabela Ventura - Hoje em Dia
13/06/2014 às 08:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:59
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

A ampliação das férias escolares de 15 para 30 dias, em função da Copa do Mundo, pode representar uma temerosa desaceleração no ritmo de estudos. Para evitar esquecer o conteúdo do primeiro semestre, especialistas recomendam que, mesmo em casa, o aluno trace estratégias para garantir “pique total” no pós-Copa.

Até esta semana, na maioria dos colégios, crianças e adolescentes enfrentaram uma bateria de avaliações e entrega de trabalhos, e os conteúdos para embasar tudo isso tiveram que ser ministrados de forma mais acelerada.

Para a coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Fumec, Alessandra Latalisa, as alterações no cronograma impactam a relação ensino/aprendizagem, entre professores e alunos. “Percebi um estresse maior nas duas partes. Todos ficaram cansados já na primeira quinzena de junho, mais do que num semestre inteiro, por ter que adiantar tudo”, observa.

As instituições de ensino devem se preparar para a volta às aulas depois do recesso, na retomada do ritmo de estudos. Será preciso lidar com a euforia dos estudantes, se o Brasil vencer a Copa do Mundo, ou com a decepção, especialmente das crianças, no caso de derrota.

ROTEIRO

A orientação dos supervisores do Magnum Buritis para os alunos é a de que estabeleçam um plano de estudos durante as férias, aproveitando-as para se recuperar nas disciplinas que tiveram mais dificuldades durante o semestre, sem deixar de descansar, é claro.

É o que pretendem fazer os colegas Júlia Gabrielly Nogueira e Glênio Fernandes, ambos do 5º ano. “Vai ser legal ter mais dias de férias, mas vou aproveitar para estudar pelo caderno e revisar as matérias de matemática, que gosto bastante”, conta a menina, de 10 anos, que espera ver a seleção brasileira campeã pela primeira vez na vida.

No Padre Machado, a estratégia é voltar às aulas com festinhas internas – comemoram o dia do santo fundador da congregação ao qual o colégio pertence –, para reintegrar os alunos com um período mais lúdico.

Volta às aulas

Independentemente do resultado do Mundial, afirma Alessandra Latalisa, os professores precisam ter sensibilidade com os sentimentos que as crianças expressarão no retorno.

Outro fenômeno que demandará debates e uma abordagem adequada em sala de aula serão as manifestações de populares ao longo da Copa. “As crianças vivenciarão as reações dos adultos em relação a isso e é necessário embasá-las de informações a respeito”, ressalta a coordenadora do curso de pedagogia da Fumec.

Calendário apertado e com muitas provas

No Colégio Padre Machado, localizado na Savassi, zona Sul de Belo Horizonte, o aperto do cronograma de provas e recuperações foi desafiador para os estudantes. O professor de matemática e supervisor de ensino do 3º ano integrado, Clever Alan Martins, conta que os jovens ficaram apreensivos e ansiosos.

“Foi puxado, pois fizemos seis provas e entregamos dois trabalhos numa semana só. Pelo menos terei mais tempo para descansar e curtir a Copa”, afirma Sabrina Gutierrez, do 8º ano.

Anna Carolina dos Santos, do 1º ano, também reclama da correria, principalmente por causa dos sábados letivos que teve para compensar os dias perdidos pelo campeonato mundial. “Seria mais tranquilo se o período letivo acompanhasse a Copa”, acredita.

Estratégias

Assim como no Padre Machado, na escola Balão Vermelho (Mangabeiras) e no Magnum Buritis, as estratégias pedagógicas para o recesso prolongado foram traçadas com antecedência e colocadas em prática desde o início do ano.

Mas, para as crianças, frisa a coordenadora do curso de pedagogia da Fumec, Alessandra Latalisa – também coordenadora da educação infantil do Balão Vermelho –, a abordagem sobre a Copa deve ser diferenciada, e uma boa medida é o desenvolvimento de atividades lúdicas. 

“Para os pequenos, as mudanças no calendário letivo não são tão significativas porque a percepção de tempo deles é mais abstrata. Mas administrar todos os sentimentos que envolvem a Copa do Mundo em sala de aula é muito importante”, conclui.

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