Servidores de universidades federais recusam proposta e mantêm greve

Luciene Cruz - Agência Brasil
10/08/2012 às 21:32.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:22
 (Tânia Rêgo/ABr)

(Tânia Rêgo/ABr)

BRASÍLIA – Os técnicos administrativos de universidades federais recusaram a proposta de reajuste de 15,8%, fracionado até 2015 feita nesta sexta-feira (10) pelo Governo Federal. Os representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) exigiram aumento de 15% em 2013, com a possibilidade de negociação de novos reajustes nos anos seguintes, para encerrar a greve.

Outra alternativa apresentada pelos sindicalistas seria o acréscimo de 25% nos salários, fracionado nos três próximos anos. Segundo a coordenadora da Fasubra, Janine Teixeira, a categoria não está disposta a ceder. “Já estamos com 90% das universidades paradas. Não estamos fazendo matrícula. Não vamos sair de mãos abanando”, disse.

Janine disse que as matrículas estão suspensas e não há previsão para o início do semestre letivo. "Se a proposta não melhorar não tem nem vestibular. Apresentamos para o governo uma contraproposta de que o índice parcelado em três vezes [de 15,8% apresentado pelo governo], seja aplicado integral para o próximo ano", disse.

Impacto no Orçamento

Sérgio Mendonça, secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento disse que, além dos técnicos administrativos das universidades federais, o governo apresentou proposta para os docentes do ensino superior. O impacto previsto no Orçamento para 2013 é R$ 2,1 bilhões com as duas ofertas.

“As categorias têm uma pauta em que as expectativas que as entidades colocam é muito acima da capacidade [do governo] de atender. De fato, pautas que estão muito distantes dificultam o processo de negociação”, disse Mendonça.

Há uma semana, o governo federal assinou acordo com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) para determinar o fim das negociações com os professores das universidades e institutos federais filiados à federação.

A Proifes é a única das quatro entidades (Proifes; Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior; Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) que representam os docentes de ensino superior que aceitaram os termos da proposta apresentada pelo governo. A greve continua na maior parte das universidades e institutos tecnológicos federais do país.


Paralisação me Minas
 
A greve nacional dos professores das instituições federais de ensino completou 86 dias nesta sexta e não tem previsão para chegar ao fim. Em Minas Gerais, todas as universidades, com exceção da Federal de Itajubá, estão sem aulas.
 
A categoria dos docentes pleiteia carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.
 
Os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) irão realizar uma nova assembleia para discutir os rumos da greve na segunda-feira (13), às 14 horas, na Escola de Engenharia, no campus da Pampulha. Segundo os professores, o governo ainda não apresentou nenhuma nova proposta.

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