Bandas brasileiras buscam financiamento direto com fãs

Cinthya Oliveira - Do Hoje em Dia
23/08/2012 às 10:42.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:41
 (Lucas Pinto/Divulgação)

(Lucas Pinto/Divulgação)

A banda gaúcha "Marcelo Fruet e os Cozinheiros" foi convidada para participar da Kansai Music Conference, em Tóquio. Para levantar recursos das passagens, buscou um financiamento coletivo, mais conhecido como crowdfunding, em um site. O grupo fez vídeos e fotos para uma intensa campanha na internet e viu o esforço ser recompensado: até o momento, arrecadou quase R$ 8 mil.

Mesma ideia teve a também gaúcha "Apanhador Só", que se apresenta neste sábado (25) na Funarte, pela Mostra Cultural Contemporânea. A banda está tentando viabilizar seu segundo disco por meio de uma vaquinha on line. Até o momento, foram arrecadados R$ 23 mil.

A prática de buscar recursos para projetos já é uma realidade bem-sucedida para artistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. Mas a ideia ainda parece engatinhar entre músicos de Belo Horizonte. Nomes como Pedro Morais, Constantina e Chaparrall investiram na ideia, mas não conseguiram angariar 100% dos valores planejados.

"Eminence"

Mesmo que os objetivos não sejam totalmente alcançados, as experiências de financiamento coletivo têm sido muito positivas para os mineiros que têm apostado na ideia. A banda "Eminence", grande destaque belo-horizontino na cena do metal, está tentando arrecadar R$ 12 mil no sitehttp://www.vakinha.com.br. O dinheiro será usado para a gravação de um disco em fevereiro, que vai contar com o produtor Terry Date, que assinou álbuns de "Pantera", Ozzy Osbourne, além da trilha de "Matrix Reloaded".

"Passamos pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e teríamos o disco patrocinado pelo Conexão Vivo. Mas a Vivo foi comprada pela Telefônica e o nosso projeto estava entre os cortados", conta o guitarrista Alan Wallace. Segundo ele, R$ 8 mil já foram angariados com patrocinadores pequenos.

Cresce

Sócio do site Catarse, que promove projetos de financiamento coletivo, Diego Reeberg diz que os principais polos da empresa estão em São Paulo e Rio de Janeiro, mas aos poucos Minas Gerais vem aderindo à novidade.

Até o momento, os projetos mineiros bem-sucedidos nesse site são de outras áreas, como teatro, cinema e quadrinhos.

"As pessoas ainda têm uma desconfiança sobre o modelo. Mas a partir do momento em que um artista faz dar certo, o amigo vai ver e tentar também", afirma Reeberg.

Para se ter uma ideia do crescimento do crowdfunding, o Catarse demorou dez meses para movimentar seu primeiro milhão de reais. Agora, um ano e meio depois de trabalho, bastam menos de três meses para ser movimentada pelo site a mesma quantia.


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