Canoagem do Brasil luta contra o tempo com vaga olímpica obtida de última hora

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
23/07/2016 às 09:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 19:59
 ( CBCa/Reprodução)

( CBCa/Reprodução)

Com a vaga olímpica confirmada apenas na última segunda-feira (18) por causa da suspensão da Bielo-Rússia por doping, a equipe de caiaque na canoagem velocidade (K4 1.000 metros) tenta recuperar o tempo perdido. A alegria pela vaga inesperada convive com a apreensão para acelerar o treinamento faltando pouco mais de 15 dias para os Jogos do Rio.

"Quando recebi a notícia, eu nem acreditei. Eu treinava, mas com outro foco, estava praticamente de férias. Vamos fazer um intensivão para conseguir a melhor preparação possível", disse Celso Oliveira. Além dele, foram pegos de surpresa os canoístas Roberto Maehler e Vagner Souta. Nesta semana, o grupo se juntou a Gilvan Ribeiro, que já estava classificado no K2 e, por isso, treinava normalmente na raia olímpica da USP. Foram praticamente três meses perdidos entre a disputa do Torneio Pré-Olímpico e o anúncio oficial da eliminação dos bielo-russos.

A corrida contra o tempo, no entanto, esbarra em problemas logísticos. No treinamento desta sexta-feira, por exemplo, a embarcação com quatro assentos ainda não havia chegado de Curitiba, onde se localiza a sede da canoagem brasileira. Com isso, os atletas usaram apenas embarcações individuais (K1) ou em dupla (K2). O barco deve chegar neste sábado. A letra "K" significa caiaque (o outro tipo de embarcação é canoa, identificada pelo "C") e o número indica os participantes de cada prova. No caiaque, o atleta rema sentado com um remo de duas pás.

Celso explica que o grande desafio será aperfeiçoar a velocidade, aproveitando o entrosamento - o time é praticamente o mesmo dos últimos torneios. Para Gilvan Ribeiro, o tempo perdido terá influência direta nos resultados. O objetivo inicial da equipe é se classificar para a final olímpica. O melhor resultado olímpico da canoagem foi alcançado nos Jogos de Atlanta-1996, nos Estados Unidos. Sebastian Cuattrin conseguiu o 8.º lugar no K1. "(A indefinição) prejudicou bastante a preparação. Será uma luta contra o tempo", disse o atleta, que terá de dividir o treinamento entre o K2 e o K4. "O foco principal está no K2", afirmou.

O Brasil herdou a vaga dos bielo-russos devido ao resultado conquistado no Campeonato Mundial de 2015, realizado em Milão, na Itália. Na ocasião, os brasileiros ficaram na 5.ª posição. Além do Brasil, a Itália também conquistou o lugar da Romênia nas mesmas condições.

A canoagem de velocidade terá a maior delegação de sua história, com oito atletas: Ana Paula Vergutz, Edson Silva, Gilvan Ribeiro, Roberto Maehler, Celso Oliveira, Vagner Souta, Erlon de Souza e Isaquias Queiroz, os dois últimos são as maiores esperanças de medalha.
http://www.estadao.com.br

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