Tremores de terra voltaram a ser sentidos na região de Mariana, cinco dias após o rompimento da barragem do Fundão que desolou seis distritos do município. Os abalos foram registrados nesta terça-feira (10) pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).

Com 1,5 e 1,8 graus de magnitude na Escala Richter, as duas primeiras movimentações aconteceram às 4h17 e 5h46 da madrugada, respectivamente. Segundo o professor George Sand França, do Observatório Sismológico, os eventos foram bem próximos ao local da tragédia.

O tremor mais forte, porém, de 2,2 graus de magnitude, foi em Ouro Preto, na região Central do Estado.

Até o momento, tudo indica que os abalos tenham sido naturais, e não provocados pelas atividades de mineração, explica George. “Nesses horários não costumam acontecer explosões para a extração mineral”.

Segurança

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o pequeno tremor não alterou a rotina de trabalho das equipes de busca e salvamento e também não causou alterações das barragens de Germano, que permanece intacta.

Ainda segundo a corporação, a Samarco está instalando nesta terça-feira três sismógrafos em pontos estratégicos das barragens. A medida foi adotada por questão de segurança.

Outros tremores

Na última quinta-feira, data do acidente, dez tremores também tinham sido registrados próximos ao município de Mariana. Segundo o professor do Observatório Sismológico, essa região tem constante movimentação geológica.

“Ocorrências de abalos de terra nesses locais acontecem, pelo menos, desde 1900. Com o avanço da tecnologia, porém, conseguimos registrar mais essa movimentação”.

Ainda não se sabe se os tremores de terra contribuíram para o acidente em Mariana. No entanto, especialistas em barragens já afirmaram que, apesar de as normas brasileiras não exigirem que as estruturas estejam preparadas para suportar abalos da terra, é uma boa prática da engenharia levar esse item em consideração ao construir uma barragem.

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