Posse de novos secretários de Eduardo Campos vira ato de campanha

Daniel Carvalho - Folhapress
03/01/2014 às 16:00.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:07
 (Dida Sampaio/AE)

(Dida Sampaio/AE)

A posse dos novos secretários do governo do presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) nesta sexta-feira (3) virou um ato de campanha com direito a prestação de contas, promessas e exaltação da administração pessebista.    No auditório lotado e com direito a intérprete de libras (Linguagem Brasileira de Sinais), o mais novo aliado do governador, o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra sentou-se na primeira fila.    Os tucanos ganharam a Secretaria de Trabalho e a presidência do Detran. Dos principais partidos que faziam oposição a Campos nas eleições de 2006, apenas o DEM ainda não aderiu ao governo. O PMDB do senador Jarbas Vasconcelos aliou-se em 2012.    Ex-ministro do governo Lula, Campos rompeu com a gestão Dilma Rousseff e deve ser o candidato do PSB na disputa pela Presidência neste ano.    No evento desta sexta, o primeiro discurso foi feito pelo deputado estadual Isaltino Nascimento, que deixou o PT no ano passado para entrar no PSB. Ele se demitiu do comando da Secretaria de Transportes para disputar novamente uma vaga na Assembleia.    Após elencar iniciativas dos sete anos de governo Campos e afirmar que "outros governos vieram beber na fonte", Nascimento disse que o presidenciável "ousou e ousa" fazer uma administração que atende às reivindicações feitas nos protestos do ano passado. "Certamente, essa experiência pernambucana, o povo brasileiro há de considerar", disse o ex-petista.    João Bosco de Almeida, ligado ao PSB, assumiu a recém-criada Secretaria de Infraestrutura. Ele estava sem cargo desde que deixou a presidência da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), depois que o PSB resolveu entregar os cargos que tinha no governo Dilma Rousseff.  Modelo    Almeida elencou uma série de promessas a serem cumpridas até o final deste ano. "Além de fazer, deveremos fazer melhor para mostrar ao Brasil inteiro que aqui se instalou um novo modo de fazer política", afirmou.    "Esse será o caderno [de obras] a ser apresentado ao Brasil por Eduardo Campos, mostrando que o que foi feito e como foi feito para que a maioria do povo brasileiro venha se juntar aos mais de 80% dos pernambucanos que aprovaram esse novo modo de governar e fazer política em Pernambuco", disse o secretário.    "Se nós continuarmos fazendo bem feito o que está planejado e Eduardo puder mostrar ao Brasil o que foi feito aqui para todos os brasileiros, certamente o Brasil ganhará 2014. Vá em frente, Eduardo, e conte conosco", afirmou sob aplausos da claque governista.    Em uma fala de pouco mais de 20 minutos, Campos disse saber separar eleição de administração, mas também adotou discurso político para justificar a aliança com o PSDB de Pernambuco e para afirmar que é possível "fazer mais e melhor".    "O que está em jogo este ano não é uma eleição ou duas eleições. Está em jogo o futuro do povo brasileiro. É saber se a gente vai preservar o que nós construímos ou se vamos permitir que seja destruído o que foi construído com tanto esforço", afirmou.    Em Pernambuco, os três principais oposicionistas a Campos são deputados estaduais do PSDB. O novo aliado deixou os parlamentares livres para continuar ou não a linha oposicionista. A bancada tucana na Assembleia do Estado soma seis políticos. Campos afirmou ainda que é um político que respeita adversários. "O Brasil tem clareza que é preciso superar a celebração à mediocridade", afirmou.

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