Cirurgia no joelho é novo obstáculo para o batalhador Manoel

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
05/04/2016 às 18:39.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:48
 (Washington Alves/Lightpress)

(Washington Alves/Lightpress)

"Nada que vale a pena é fácil. Lembre-se disso". A frase do escritor norte-americano Nicholas Sparks, postada há cinco dias no Instagram pelo zagueiro Manoel, resume perfeitamente o roteiro vivido pelo defensor do Cruzeiro.

Titular da Raposa em 10 dos 13 jogos deste ano e em alta com o técnico Deivid, ele sofreu uma lesão no joelho direito, passará por cirurgia e está fora da fase final do Campeonato Mineiro.

Manoel sofre lesão na cartilagem do joelho e passará por cirurgia

Nascido no vilarejo de Piratininga, a 17 km de Bacabal (MA), o atleta de 25 anos nunca se desapegou do passado e, assim, aprendeu a lidar com as dificuldade impostas pela vida.

Orgulhoso de suas origens, ele construiu uma nova casa para a mãe, dona Dorinha, mas preservou ao fundo do lote o barracão no qual foi criado. Intacto até hoje, o casebre guarda a humilde mobília, os porta-retratos nas paredes e as recordações do pai, sr. Oderizo, falecido em 2011.

Batalhador desde criança, Manoel começou a trabalhar ainda aos 10 anos. Com os míseros R$ 12 que recebia na roça, ajudava os pais nas despesas da casa.

Naqueles tempos, a esperanças estavam depositadas no irmão mais velho, Geovanne, que sonhava em ser jogador de futebol. Por força do destino, entretanto, quem conseguiu seguir a carreira profissional foi o caçula, chamado de “Neném” por Dorinha.

“Ele ia treinar de bicicleta. Pedalava tanto que nem precisava fazer aquecimento com os jogadores”, brinca o amigo Heyder. “Antes de pensar em ser zagueiro, o Manoel queria ser goleiro”, revela o conterrâneo.

 Arquivo Pessoal

A casa onde viveu a infância está intacta, dentro do lote da nova, de dona Dorinha

 Em busca do sonho

Da escolinha do Corinthians-MA, em Piratininga, Manoel tentou atuar nos times de São Luís, mas não teve êxito. Na capital, aos 13 anos, ele chegou a passar fome. A passagem de ônibus era patrocinada por Dorinha, que quebrava côco para ajudar o filho.

Dois anos depois, no Sul do país, o zagueiro tentou a sorte no modesto Nacional-PR. E deu certo. Com boas atuações, em 2006 ele foi contratado pelo Atlético-PR e viu a vida mudar.

Com boas atuações pelo Furacão, em 2014 Manoel despertou o desejo do Cruzeiro. Contratado em junho, por R$ 9 milhões, ele participou do título nacional da Raposa, que já havia erguido a taça no ano anterior. Bem sucedido, virou ídolo no Maranhão.

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