(Estadão Conteúdo)
Na última terça-feira (18), o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, pegou um voo para o Rio de Janeiro. Ao lado do antecessor no cargo, Alexandre Kalil, o mandatário alvinegro bateu à porta da CBF para pressionar a entidade após os erros de arbitragem que prejudicaram o Galo nas últimas rodadas. Após o protesto, a dupla voltou a Minas com a promessa de que “somente os melhores” árbitros seriam incluídos nos próximos sorteios.
O pedido foi atendido. Contra o Palmeiras, neste domingo (23), pela 20ª rodada do Brasileirão, o apito ficará a cargo de Sandro Meira Ricci, representante da arbitragem brasileira na Copa do Mundo de 2014. Natural de Poços de Caldas, ele apita para a Federação Catarinense de Futebol e integra o quadro da Fifa. O trio de arbitragem terá ainda Carlos Berkenbrock (SC) e Eduardo Gonçalves Cruz (MS), aspirante à Fifa.
A escolha, no entanto, pode não ter agradado totalmente a cúpula atleticana. Mesmo com a experiência de Libertadores, Copa América e Eliminatórias Sul-americanas, entre outras, Ricci vem de atuações cheias de polêmica e críticas. A última delas, na vitória do São Paulo sobre o Corinthians por 2 a 0, pela Libertadores, no Morumbi, quando expulsou três jogadores ao longo da partida.
Lembranças
Para as torcidas do dois clubes gigantes de Belo Horizonte, o árbitro é considerado “persona non grata”. Primeiro, na partida em que marcou um pênalti de Gil, então zagueiro do Cruzeiro, sobre Ronaldo Fenômeno, do Corinthians, quando os times brigavam pela liderança, em 2010. A derrota culminou em revolta celeste após o jogo.
Depois, em 2012, gerou reclamações alvinegras ao não assinar um pênalti em jogo entre Atlético e Flamengo. O Galo apenas empatou com o Rubro-Negro e também deixou o título nacional escapar.
Na atual temporada, Sandro Meira Ricci entrou em campo apenas três vezes pela Série A, tendo aplicado 15 cartões amarelos e dois vermelhos. Na última atuação, durante o empate entre Sport e Ponte Preta, pela última rodada, ele não tirou o cartão do bolso.
Alfinetada
Apesar de ter voltado com a promessa de mais atenção e critérios por parte da CBF, Daniel Nepomuceno teve as críticas rebatidas pelo presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Correa. Para o dirigente, os clubes reclamam com frequência das atuações dos juízes, mas não vão a público comentar os erros do próprio time.
“Os árbitros são seres humanos que erram tanto quanto seus jogadores, que são profissionais. Eles falam de incompetência da arbitragem, mas quando o atacante perde um gol, quando um jogador toma um cartão de forma bisonha, também deveriam vir a público falar da incompetência do jogador. Eles vão continuar errando, porque são seres humanos”, justificou Corrêa ao canal BandSports.