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O grande número de congressos e convenções de negócios foi o principal incentivo para o aumento das viagens corporativas em 2014, segundo avaliação de especialistas do setor. O segmento cresceu 14,5% na comparação com 2013 e Belo Horizonte foi a quarta capital com maior demanda por eventos empresariais.
Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) apontam que, em 2014, os deslocamentos de passageiros motivados por negócios proporcionaram ao setor aéreo brasileiro um incremento de 22%, equivalentes a R$ 6,5 bilhões.
O eixo Rio-São Paulo ainda é o destino mais visitado (49%) por quem viaja a negócios no país, mas, na projeção de especialistas, Minas Gerais tende a se tornar mais atraente para encontros comerciais de todos os segmentos. Um dos motivos são os projetos do Estado voltados para programas de desenvolvimento tecnológico.
“A percepção que temos é que Belo Horizonte está dentro das cinco cidades com maior incidência de tráfego de executivos no Brasil. Logo, é um lugar que deve atrair cada vez mais empresários em busca de novos negócios”, comenta Diretor Executivo da Abracorp, Gervásio Tanabe.
Agências de turismo da capital já consideram que o nicho corporativo é uma das apostas para os próximos anos. O diretor corporativo da Exôdus Turismo, Rogério Miranda, revela que em 2014 o aumento da procura por viagens corporativas na agência foi maior do que a média nacional.
“A demanda cresceu 16% em relação a 2013. No entanto, a previsão para 2015 é de que os clientes atuais viagem menos e o aumento venha com clientes novos. A expectativa é de uma demanda 10% maior”, projeta Miranda.
Destinos
O viajante mineiro que sai do Estado a negócios também começa a se deslocar para o Nordeste. Miranda explica que destinos que eram exclusivos para o lazer já estão se tornando comuns nas procuras corporativas, o que impulsiona novas apostas no setor.
“A nossa carteira é bem diversificada. Há órgãos públicos e empresas privadas que vão desde a indústria ao segmento farmacêutico. Recebemos também muitos profissionais do setor financeiro e ligados à atividade de extração mineral. Por isso os eventos também acontecem em locais tão diversos”, comenta.
O segmento de viagens corporativas também impulsiona diretamente o de eventos corporativos. Dessa forma, espaços de recepção acabam sendo beneficiados. É o caso da Enoteca Decanter, que aproveitou a oportunidade para alugar um espaço que foi criado inicialmente para ser uma escola de vinhos.
O somelier Nelton Fagundes afirma que, em uma época de economia em crise, muitas empresas investem em estratégias para melhorar resultados e isso implica em encontros para treinamentos e avaliações internas. “Temos eventos corporativos agendados até o mês de outubro e isso deve nos proporcionar um crescimento mínimo de 15% nesse nicho”, diz.
Retomada
A aposta no setor está impulsionando até mesmo a abertura de novos negócios destinados a receber eventos de empresas. Em Belo Horizonte, o Espaço W11 foi fundado em 2014 no bairro Estoril. Na agenda, 40% dos eventos são do público corporativo, conforme a gerente Isadora de Oliveira. “O mais comum são empresas de fora que têm filiais em Belo Horizonte. Normalmente os funcionários de outros estados vêm para reuniões diversas. As mineradoras e os bancos são as que mais nos procuram. Esperamos um crescimento de 10% nesse ano, com o movimento começando depois do carnaval”