Contagem recebe etapa final do campeonato brasileiro de hockey

Giulia Mendes - Hoje em Dia
31/10/2015 às 16:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:17
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

O hockey sobre patins in-line movimentou o Ginásio Califórnia, em Contagem, na Grande BH, neste sábado (31). Atletas de todo o Brasil e de outros países participam do campeonato brasileiro que vai até esta segunda-feira (2), quando sairá o grande campeão.

Duas equipes de Minas estão no páreo: Eldorado Vipers e América Mineiro - este último foi vice-campeão no ano passado. A disputa entre os dois times é considerada um clássico da competição. "Eles abriram a fase final do campeonato, aqui em Contagem. São os times mais fortes do Estado", destaca a vice-presidente da Confederação Brasileira de Hockey e Patinação e representante da modalidade in-line, Paloma Sumie.

O campeonato brasileiro de hockey amador é o mais importante do país. As doze equipes que garantiram a vaga para a etapa final tiveram os melhores resultados durante no ano passado e em 2015 nas competições regionais. A primeira fase aconteceu em São Paulo e selecionou quatro dos times. Jogadores da República Tcheca, da Inglaterra, da Argentina e da Espanha vieram ao Brasil para reforçar a competição deste ano à convite das equipes.

Apesar da falta de patrocínio e divulgação do esporte no Brasil, o presidente da Federação Mineira de Hockey, Stefani Vital, conta que Minas vem formando bons jogadores nos últimos três anos. "Durante muito tempo insistimos na estratégia de investir somente nos jogadores que já faziam parte de equipes. Mas depois percebemos a importância de valorizar as categorias de base para renovar essas equipes", ressaltou.

O time da casa, Eldorado Vipers, que treina no Ginásio Califórnia, aposta em projetos socias para ensinar crianças e adolescentes de escolas e comunidades localizadas na região para encontrar novos talentos. "É um esporte muito visual, quem têm a oportunidade de assistir se apaixona na hora e quer aprender o esporte. Para isso, contamos com o apoio de grandes equipes brasileiras e de fora do país que doam os equipamentos para os projetos sociais. Jogar hockey exige muita disciplina e trabalho em equipe", explicou Vital.

"É um esporte dinâmico, que até se parece um pouco com o futebol em alguns aspectos. Tem tudo para crescer", acredita Cristiano Perdigão, jogador do Eldorado Vipers que teve o melhor desempenho no campeonato mineiro.

Dificuldades

Capitão da seleção brasileira, Luiz Fernando, que joga hockey in-line na equipe Hípica Campinas desde 1999, lamenta que ainda falte estrutura adequada para a prática do esporte no país. A quadra do Ginásio Califórnia, em Contagem, mantida pela prefeitura do município, é hoje a única que possui tamanho oficial no Brasil, mas o piso não é o mais adequado. "A organização do campeonato é ótima, mas infelizmente não temos uma estrutura totalmente oficial no país".

A seleção conquistou medalha de ouro no último campeonato mundial realizado na Argentina. "Ganhamos a final contra uma equipe da Suíça, onde o hockey é tradição como o futebol no Brasil. Eles treinam desde crianças. Foi um grande mérito", disse Paloma, orgulhosa. Segundo ela, um dos maiores empecilhos para o crescimento do esporte é o fato de o hockey não ser uma modalidade olímpica. "Os patrocinadores não têm tanto interesse".

Profissão

São poucos os atletas que conseguem fazer do hockey profissão. Entre eles estão Rogério Watanabe, do Palmeiras, e Luiz Roberto Custódio, conhecido como Fifo, da Hípica de Campinas. "É difícil ganhar dinheiro com o hockey aqui no Brasil, principalmente quando comparamos com o futebol, que é um esporte da massa. Sou formado em Educação Física, professor de hockey e treinador/técnico da categoria de base, mas jogando não recebo nada", disse Fifo.

Watanabe também ensina o esporte para crianças de cinco anos em São Paulo. "É claro que o futebol continua recebendo a atenção principal, mas o hockey vem crescendo e é uma alternativa para quem gosta de praticar esportes. Eu comecei jogando futebol no clube (Palmeiras), mas quando conheci o hockey me apaixonei e larguei o futebol", contou.

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