(Carlos Rhienck)
Alberto Pinto Coelho (PP) tomou posse nesta sexta (4) como governador de Minas Gerais em um evento que contou com a presença de lideranças nacionais do PSDB e de partidos aliados. O pepista, que ficará à frente do cargo por nove meses, anunciou uma reforma técnica no secretariado e listou as prioridades de seu governo. Ele defendeu um novo pacto na segurança pública e criticou o repasse de 13% do governo Federal, bem como a proibição do contingenciamento de verbas para o setor. “É hora de uma nova divisão de responsabilidades entre os governos e uma inédita convergência de esforços, inteligência e recursos, além de investimentos em modernização das forças policiais. Também é imprescindível reformar e acrescentar mais rigor aos processos penal e criminal, visando conter o ainda alto nível de impunidade existente”, defendeu em discurso. Na área econômica e do desenvolvimento social, ele garantiu que vai manter a atração de empresas para o Estado e que vai trabalhar para fazer de Minas um “polo nacional na economia do conhecimento”. A educação e a saúde também foram destacadas no discurso de posse do governador. Ele lembrou dados que colocam Minas como um dos destaques na educação básica. “Vamos continuar a ter na educação a chave que abre as portas para o futuro, para o avanço e o progresso do nosso povo”, disse. O ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) fez seu último discurso como governador ao lado de Alberto. “Obrigado, meu Deus, por ter me permitido a elevada honra de governar esta terra abençoada. Servidor sou. É essa minha vocação, servir à causa mineira. O trabalho há de bater à porta. Ao seu chamado não me furtarei”, disse Anastasia que deixou o governo possivelmente para concorrer ao Senado. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a senadora Ana Amélia (PP) – cotada para ser vice de Aécio – e outras lideranças prestigiaram a transmissão do cargo. O primeiro ato da cerimônia foi na Assembleia Legislativa, onde Alberto assinou o termo de posse na presença de ex-presidentes da Casa e parlamentares. No Palácio da Liberdade foi realizado um evento simbólico, com os tradicionais Dragões da Inconfidência. Apesar da estrutura preparada para receber milhares de pessoas e do caos que o evento gerou no trânsito, a festa não foi muito concorrida, com cerca de 500 pessoas. Do lado de fora, ao contrário da última transmissão de posse – entre Aécio e Anastasia – não havia espectadores. Reforma técnica, mas atendendo partidos O governador anuncia neste sábado (5) os nomes do primeiro escalão, mas garantiu que os partidos não sofrerão perdas. “Vamos ter um perfil mais técnico, mas com certeza embasado pela aliança que compõe a base de governo”, afirmou Alberto. Segundo informações de bastidores, o próprio governador teria indicado o secretário da Mesa da Assembleia José Geraldo para assumir a secretaria de Saúde. O deputado licenciado Alexandre Silveira sai ou para ser suplente na chapa ao Senado ou concorrer à Câmara. Na pasta de Transportes e Obras Públicas será indicado o presidente da MetroMinas, Fabrício Sampaio. No lugar de Gil Pereira (PP), na secretaria de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, assume Raimundo Benônio, mantendo a vaga com o PP. Na secretaria de Agricultura sai o deputado federal licenciado Zé Silva (SDD) e entra André Merlo. A chefia da Polícia Civil também deve mudar, com a saída de Cilton Brandão e a entrada de Oliveira Santiago. Alguns nomes devem ser mantidos, como o secretário de Governo, Danilo de Castro (PSDB) e Renata Vilhena, na Secretaria de Planejamento. Porém, todos terão suas exonerações publicadas hoje no Diário Oficial de Minas Gerais junto com as novas nomeações.