Exposição reúne gerações do grafite; parceria que começou nas ruas de BH

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
13/05/2014 às 08:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:33
 (Binho Barreto/Divulgação)

(Binho Barreto/Divulgação)

Binho Barreto e Thiago Alvim, nomes de duas gerações distintas do grafite mineiro, levam, a partir desta terça-feira (13), uma parte do seus talentos a uma pequena galeria da cidade – espaço pouco habitual, se comparado ao palco onde estão acostumados a fazer arte: as ruas da cidade.

Batizada “Desenhos”, a mostra reúne trabalhos inéditos de Barreto, 39 anos (um dos nomes pioneiros no grafite da capital), e de Thiago Alvim, 25 – garoto que vem chamando a atenção de quem observa minimamente os espaços públicos de BH.

A exposição da dupla acontece no salão de cultura da Aliança Francesa que, de uns tempos para cá, vem convidando artistas para expor em parceria. Dessa vez, o convite da instituição foi feito a Binho que sugeriu o nome de Alvim.

Ah! A rua...

Vale destacar que esta não é a primeira vez que os dois fazem uma parceria. Juntos, já grafitaram um “bocado”, sempre nas ruas – alguns trabalhos podem ser vistos pelo bairro São Gabriel, Região Nordeste de BH.

“Dividimos os muros em outras ocasiões e foi uma experiência bem bacana. Portanto, a sugestão do nome dele não partiu do nada”, explica Binho.

“O Thiago discute temáticas com as quais já trabalho e tem um traço que dialoga com o meu. É bom trabalhar ao lado de quem nós nos identificamos, de quem pensa de um jeito parecido”, completa o artista.

A sintonia é celebrada por Thiago porque, afinal, Binho sempre foi uma referência artística para ele.

“Fiquei feliz pelo convite, mas é bem melhor saber que compartilhamos afinidades no processo criativo”, assegura Alvim que, desde a infância faz rabiscos por aí.

Cada um no seu canto

Se de um lado, o grafite na rua exige um maior esforço físico, na galeria a aptidão precisa passar pelo minimalismo.

“Cada espaço exige uma concentração diferente. Um é mais expansivo, o outro requer isolamento. Na prancheta, o trabalho é quase solitário”, revela Binho. 

“Utilizo elementos da rua que inegavelmente influenciam minha criação. A graça dos desenhos em menor dimensão está no poder pensar melhor. Depois é só substituir o látex e o spray por café e bico de pena. Os muros por madeira e papel. Crio até serigrafias, faço um pouco de tudo”, resume Alvim.

“Desenhos”, de Binho Barreto e Thiago Alvim Salão Cultural da Aliança Francesa (rua Tomé de Souza, 1418, Savassi). Segunda a quinta, das 8h às 21h. Sexta e sábado, das 8 às 16h30. Até 11/6
 

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