Artistas mineiros seguem apostando no formato clipe para se sobressair

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
27/07/2014 às 07:00.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:32
 (Ed Félix)

(Ed Félix)

Não é o caso de dizer que o projeto estivesse destituído de pretensões, claro, mas Nathy Faria conta que elas eram bem modestas. “Foi tudo feito entre amigos, com amor...”. Motivo pelo qual a repercussão do clipe “Deixa Dançar” acabou surpreendendo a cantora mineira. “Hoje tenho recebido muitos elogios, e muita gente tem reconhecido meu trabalho de uma maneira mais forte. Legal também que estão surgindo convites a partir do clipe, principalmente na Europa”, diz, acrescentando que ela sequer se norteou por um roteiro. “Simplesmente fomos passeando de metrô pela cidade e eu cantava em alguns pontos que achava que tinham a ver comigo pessoalmente e com a música”, rememora.   A produção, na verdade, se viabilizou graças a algumas coincidências – “e a amigos legais”, salienta ela, rindo. Em 2012, quando gravou o disco “Saindo do Lugar”, uma amiga francesa, Flore, a apresentou seu irmão, Corsi-K, rapper, que acabou participando da faixa “Deixa Dançar”.   “A letra fala sobre como música e dança são linguagens universais, que envolvem e aproximam. Conto um caso real em que não sabia falar a língua do cara, mas, por meio da dança, nos aproximamos”. Desde então, a ideia do clipe começou a fervilhar em sua mente. “E, claro, queria que tivesse o Corsi-K e que mostrasse essa diferença cultural, que ao mesmo tempo se mistura”.   Convidada a participar do Midem, em Cannes, no início de fevereiro, Nathy, toda proativa, já foi articulando datas em Paris para shows. “Chegando lá, o Corsi-K deu a ideia de aproveitar a estadia e combinou com a produtora Anna-Le-Bec, que trabalha normalmente com cinema e estava entrando para a produção de clipes”.   O sucesso do clipe de Nathy atesta que o formato está longe de se esgotar. Que o diga Flávio Landau, que acaba de aplicar na praça “Eu Sou Terrível”. Sim, acertou quem pensou no clássico de Roberto e Erasmo Carlos, com novo arranjo, mais “blues rock”, o que conferiu características do country rock à música.   O clipe, produzido pela Engenharia de Ideias, remete ao que Landau descreve como “um filme texano”, ambientado ora em algum bar de estrada, ora num ferro velho, e protagonizado por um cowboy que se diz terrível e indomável e leva, numa aposta, uma loira e o carro Landau.   “Sempre fui fã tanto de gravar como também de assistir a clipes... Na verdade, venho de uma geração que não separa muito áudio de vídeo, né?”, ri Landau. O artista brinca, mas a verdade é que o apego a este suporte independe de idade.   NATHY FARIA SOBRE GRAVAR EM PARIS   "Nós não fizemos um roteiro. Simplesmente fomos passeando de metrô pela cidade, e eu cantava em alguns pontos que achava que tinham a ver comigo pessoalmente e com a música. Um dos pontos, Belleville, é um dos lugares que eu mais amo em Paris. Gravamos na rua Dénoyez, que é toda grafitada e as artes mudam semanalmente, é incrível! Fizemos um cronograma para três dias. Durante as filmagens, eu morria de frio porque estava uns 5 graus e o meu figurino não era para esse clima, porque queríamos movimento e os milhares de agasalhos que eu estava mal me deixavam andar (risos). .. No último dia, quando filmamos na Torre Eiffel, choveu muito e estávamos sem guarda-chuva num frio terrível...Conseguimos captar algumas cenas e acabou sendo engraçado na volta para casa. Outro caso engraçado, além de eu batendo os dentes de frio, é que, enquanto a gente gravava, e eu cantava na rua, as pessoas iam parando, pedindo autógrafo (sem saber quem era), batiam palmas... isso era divertidíssimo. Aproveitávamos ainda para divulgar os shows que eu ia fazer lá na cidade, em sequência. Durante as gravações eu, que não falo nada de francês, tinha que me comunicar com as pessoas em inglês - isso quando elas falavam inglês (o que era difícil) - e a linguagem se tornou muito engraçada, porque acabávamos embolando inglês, francês, português, espanhol, e ríamos o tempo todo".

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