Kim Gordon, do Sonic Youth, partilha memórias da vida e carreira

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
27/09/2015 às 08:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:52
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

O nome do livro é bastante indicativo: “A Garota da Banda” (Rocco, 288 páginas, R$ 34,50). Reflete, pois, a curiosidade que recai sobre grupos – particularmente na seara do pop rock – que têm uma figura feminina em meio aos demais integrantes. A banda, no caso, é a extinta Sonic Youth, e a garota, Kim Gordon. Logo na introdução da biografia, as cartas são devidamente colocadas na mesa: houve uma traição, o que colocou um ponto final no casamento entre Kim (cantora, baixista e guitarrista) e Thurston Moore (guitarrista), também componente do grupo. O Sonic Youth, vale lembrar, iniciou suas atividades em 1981, dentro da cena independente, onde fez sua música reverberar.

A crise conjugal instalada foi a pá de cal na trajetória da banda norte-americana que angariou fama em todo mundo – Brasil incluído: o último show, diga-se de passagem, foi no Festival SWU, em Itu, e é repassado em detalhes, aqui.

Recortes

Mas, é preciso salientar, “A Garota da Banda” não é exclusivamente uma biografia do Sonic Youth. Na verdade, pelo menos algo em torno de um terço das quase 300 páginas está preenchido com as reminiscências de Kim relativas à sua infância, adolescência e entrada para a vida adulta. Neste recorte, em particular, não há grandes acontecimentos, mas a escrita torna-se atraente por repassar fatos marcantes da história recente – como o assassinato da atriz Sharon Tate. A esquizofrenia do irmão de Gordon também é abordada, desde seus primeiros sinais.

Já com a banda em atividade, o livro, claro, ganha contornos bem mais atrativos, por agregar nomes-referência da cultura pop – caso de Kurt Cobain, que foi amigo dos componentes do Sonic Youth. “Fiquei devastada e me sentindo como se estivesse me movimentando em câmera lenta dentro de um sonho estranho”, diz, sobre a notícia da morte, recebida do então marido.

Hoje dedicando-se tanto à música (o duo Body/Head, com Bill Nace) quanto às artes plásticas, Kim também faz aparições esporádicas em seriados de TV, como “Girls” – ela estava na terceira temporada, na rehab de Jessa (Jemima Kirke). Aliás, Kim faz, no livro, uma breve análise sobre o sucesso da série de Lena Duham. Sim, mesmo sem a banda que a projetou, Kim ainda tem muito a fazer – e, claro, a dizer.

“Éramos provavelmente os menores artistas da escalação (do festival em Itu, que abarcava Faith no More, Kanye West, Peter Gabriel e Black Eyed Peas). Era um lugar estranho para as coisas chegaram ao fim”

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