Aeroporto da Pampulha deveria ser fechado, defende Kasarda

Bruno Porto - Hoje em Dia
15/06/2014 às 09:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:00
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

O chamado “risco Pampulha” quase fez naufragar a licitação para concessão do aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins. O medo dos investidores era a de concorrência com o pequeno, mas prático, aeroporto da Pampulha.

Esse risco volta ao debate agora, porque o funcionamento de dois aeroportos na cidade estaria minando o potencial do projeto da aerotrópolis de Belo Horizonte, uma área urbana formada por empresas de ponta no entorno de Confins e onde se pretende, no longo prazo, desenvolver um novo centro urbano com estrutura similar às regiões aeroportuárias de Hong Kong, Frankfurt e Amsterdã.

Essa é a visão do consultor do governo estadual, John Kasarda, responsável por disseminar o conceito das aerotrópolis no mundo. Kasarda é o entrevistado da Página 2 Entrevista de segunda-feira (16), onde detalhará como funciona uma aerotrópolis, os modelos já operantes e a experiência de Belo Horizonte neste conceito de cidade-aeroporto. O pesquisador também é consultor de multinacionais como Boeing, Airbus, FedEx, Lufthansa, DHL, Thai Airways International e Caterpillar Logistics, dentre outras.

Kasarda é contundente ao defender o fechamento do terminal da Pampulha, que, segundo ele, faria concorrência a Confins. Além dos aspectos econômicos, ele considera o terminal da Pampulha perigoso.

“O foco em Belo Horizonte deve ser o Aeroporto Internacional Tancredo Neves. O desenvolvimento da região de Confins como aerotrópolis. Para isso é crucial ter mais voos em Confins, e não dividi-los com a Pampulha”, afirmou.

Ele sugere a criação de um centro de serviços onde hoje é o terminal. “Pampulha não tem mais potencial econômico ou possibilidade de expansão. Manter operando é, na minha visão, um erro. Mas eu sei que muitos não concordam comigo e há quem queira até o fortalecimento do aeroporto. Penso que isso enfraquece os planos para Confins”, disse.

O Aeroporto da Pampulha teve sua operação restrita a voos regionais em 2006. Um ano antes, o terminal registrou movimentação de 1,2 milhão de passageiros, enquanto o terminal em Confins, no mesmo ano, teve 2,8 milhões de passageiros. O próprio governo de Minas, em diversas ocasiões, se manifestou pela manutenção das operações na Pampulha, mesmo que de forma reduzida, apenas com voos executivos.

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