(Wellington Pedro)
O governo de Minas Gerais vai desonerar investimentos que visem a instalação de empresas da cadeia de óleo e gás no Estado. A medida tem como objetivo colocar em pé de igualdade o ambiente econômico de Minas com o de Espírito Santo e Rio de Janeiro, onde o segmento já está consolidado.
Apesar do potencial mineiro para a produção de gás natural, as novas tecnologias para o chamado fraturamento hidráulico, que permite a exploração de shale gás na bacia do São Francisco, desafiam os operadores que arremataram blocos exploratórios na porção mineira do Velho Chico.
Barreiras
O presidente do Comitê da Indústria de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), José Luiz Aguiar, acredita que a nova legislação é um avanço, porém ainda enxerga muitas barreiras à monetização do gás do São Francisco, o que vai ocorrer apenas no longo prazo.
“Pelo menos dois anos para ser comercialmente viável. Muitos testes ainda serão feitos e as empresas estão muito cautelosas porque o investimento em perfuração e fraturamento é muito alto. A legislação traça diretrizes que podem se desdobrar em avanços, como ajustes tributários e regulações do setor”, afirmou.
Além das desonerações que podem ocorrer, o superintendente de Política Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Guilherme Duarte, observa que haverá dentro da política industrial para o setor a capacitação de mão de obra e o trabalho em conjunto às universidades para fomentar o desenvolvimento de tecnologia.
“Desde a criação do Comitê de Petróleo e Gás do governo de Minas, em 2013, que parte deste trabalho está em andamento. Começamos visando o pré-sal, mas o futuro é o São Francisco. Buscamos fomentar os setores de tecnologia, metal-mecânico e eletroeletrônico”, afirmou.