Preparadores físicos relatam dificuldades provocadas pelo calendário

Alexandre Simões - Hoje em Dia
13/04/2015 às 07:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:37
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Uma hora após o clássico de desse domingo (12), num território neutro do Independência, entre os ônibus dos dois clubes, uma conversa informal envolvia dois dos principais personagens deste mata-mata do Campeonato Mineiro entre Atlético e Cruzeiro: os preparadores físicos Rodolfo Mehl, do Galo, e Juvenílson de Souza, da Raposa.   Num momento em que os dois times vivem a reta final da fase de grupos da Libertadores, encavalada com a semifinal do Estadual, a condição física dos atletas é decisiva na maratona de jogos.    E os dois profissionais da preparação física passam a ser mais importantes para as escalações das equipes até mesmo que os próprios treinadores Levir Culpi e Marcelo Oliveira.   Num primeiro momento, eles evitam lamentar a situação. E a declaração de Rodolfo Mehl define a posição de ambos: “As coisas precisam ser feitas. Não adianta você achar desculpa para cansaço, altitude, jogo, viagem. Entramos na Libertadores, nós e o Cruzeiro, por méritos. Você precisa buscar recursos para passar por todos os obstáculos”.   No decorrer do papo, porém, a insatisfação com a situação que enfrentam fica evidente. “É bom o torcedor e a imprensa entenderem que com 72 horas os jogadores entram em campo num nível de sub-recuperação. Imagina com 48 horas, viagem à noite atrapalhando o sono, que é o maior reparador para dano muscular. Vamos ver amanhã (segunda-feira) como os atletas estarão e monitorar dentro daquilo que temos de recurso para alimentar o Marcelo e tomar a decisão sobre os atletas que vão iniciar o jogo”, analisa Juvenílson, já pensando na partida desta terça-feira (14), contra o Huracán, em Buenos Aires.   Quando se refere ao sono, ele evidencia que a viagem atleticana ao México, para encarar o Atlas, quarta-feira, em Guadalajara, será ruim neste momento. “O problema do avião é o tempo que você fica na mesma posição. E voando à noite, não se tem o sono adequado. Não vamos lamentar, vamos buscar alternativa, mas tenho que registrar que não dá para jogar com 48 horas. A imprensa precisa ajudar, as federações também. O torcedor cobra rendimento. Mas os atletas não são máquinas”.   Algo inimaginável dentro de campo, uma tabelinha entre Atlético e Cruzeiro, aconteceu após o clássico. “O Juvenílson falou muito bem. O sono é o melhor remédio para a recuperação. Você não dorme direito sentado numa poltrona apertada de avião. Quando as pessoas criticam o nosso trabalho, não levam em consideração. A gente tem que fazer mágica para colocar o atleta em condição de jogar. O carro quebra o amortecedor, você vai na oficina e troca. Jogador machuca o tornozelo, e hoje (domingo) nós tivemos duas lesões desse tipo (Marcos Rocha e Carlos), você tem que esperar a recuperação deles. A gente está aqui, tem que encarar. Mas o que procuramos é uma compreensão maior da imprensa e do torcedor, pois não dá para fazer mágica, milagre, com o calendário desse jeito”.   Encontro no aeroporto   Após o papo, cada um foi para o seu ônibus. O reencontro entre Rodolfo Mehl e Juvenílson de Souza seria no Aeroporto de Confins, pois no final da noite de desse domingo (12) as duas delegações viajaram para os confrontos da Libertadores, ainda sem saberem se a partida de volta das semifinais do Estadual acontece no sábado ou domingo.    A única certeza é de que seguirão tendo de fazer milagres ou mágicas para colocar seus atletas em campo no confronto decisivo do Mineirão.

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