(Ricardo Bastos)
Do campo principal da Cidade do Galo, na quarta-feira (30), Diego Tardelli acompanhava atento toda a “muvuca” na sala de imprensa do CT. Enquanto ele treinava cobranças de faltas e pênaltis com o grupo, o astro Ronaldinho Gaúcho se despedia oficialmente do Atlético.
DT9 já previa que em instantes seria convocado pelos jornalistas para dar entrevista. Afinal, com a saída de R10, o atacante reassume o posto de grande referência do time e da Massa.
Tardelli sabe da responsabilidade que carrega, principalmente num momento em que o Galo precisa reagir no Campeonato Brasileiro. Na modesta 11ª colocação (15 pontos), somente a vitória interessa neste domingo, contra o Atlético-PR, às 18h30, no Independência, pela 13ª rodada da Série A.
“Eu tenho carinho e respeito pela torcida do Atlético e sei lidar com esse lado da idolatria Sei o que represento no Galo e o que a torcida representa para mim. Nunca foi fácil e agora não vai ser. Mas estou preparado para essa responsabilidade”, declara, destacando também que o clube necessita seguir seu caminho sem o Ronaldinho.
“O Atlético continua forte e respeitado por todos. Entendemos como será daqui para frente, sem o Ronaldo. Agora é o momento de ajustar a equipe e derrotar o Atlético-PR. Ainda temos condições de brigar pelo título brasileiro”, frisa.
Ídolo
Diego Tardelli desembarcou no Galo em 2009, quando se tornou artilheiro do Brasileiro, ao lado de Adriano, ambos com 19 gols. Logo conquistou o carinho da Massa. Retornou na temporada passada para brilhar junto de R10, Bernard e Jô no lendário ataque campeão da Copa Libertadores.
Mini Entrevista - Diego Tardelli
A Massa já começa a pressionar pelo desempenho ruim no Brasileiro. Como lidar com isso?
Sempre vai existir a pressão. Acabamos de ganhar o título da Recopa e dias depois já temos uma responsabilidade no Brasileiro. É uma competição diferente e estamos no meio da tabela. Então, o torcedor quer sempre que estejamos ganhando e jogando bem. Não começamos do jeito que queríamos a Série A, estamos longe do líder. Mas ainda dá tempo de brigar pelo título.
O Atlético-PR quebrou a sequência invicta do Galo no Independência, em 2013. Isso se torna um ingrediente a mais para o jogo?
Sim, e estamos preparados. Ali foi uma situação diferente, com um pouco de euforia pela saída do Bernard. Ele acabou expulso também, o que nos prejudicou. É um momento diferente, temos de focar em vencer todos os adversários no Independência. Vem aí um rival difícil, que quer ganhar da gente no Horto, como todos. E eles tiveram a sorte daquela vez de quebrar nossa invencibilidade no estádio. Agora, o momento é outro.
Você conheceu o Atlético sem e com o Ronaldo. O que mudou?
O Ronaldo mudou a cara do Atlético. O Galo já era grande sem ele. E com ele ficou maior ainda. Pelo que ele representa no mundo todo. Mas começa uma nova história a partir de agora. Temos um grupo forte, com jogadores que podem substituí-lo, caso do Guilherme, que é um craque também. Ele não tem o peso do nome do Ronaldo, mas tem muita qualidade.
Como acha que vão encarar o Galo, agora sem Ronaldinho?
Os adversários continuarão nos olhando da mesma forma, sempre com muito respeito. Seguimos com os jogadores fortes, que fazem a diferença. Seremos respeitados com Ronaldo ou sem Ronaldo. O Atlético é um clube respeitado no mundo todo.