Mineiros unem forças para defender a legítima culinária das Gerais

RENATO FONSECA - Hoje em Dia
10/05/2014 às 08:02.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:31
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Frango com quiabo, feijão tropeiro, angu, pão de queijo, goiabada cascão e cachaça, só para ficar em alguns exemplos. Em um passado não muito distante, a típica culinária mineira estava restrita a casas do interior e fazendas. Hoje, a autenticidade da gastronomia das Gerais divide lugar à mesa com os botecos das cidades e restaurantes de renomados chefs.   Agora, o foco é estimular ainda mais a receita de sucesso com a criação de uma Frente em Defesa da Gastronomia. O grupo promete incentivar e implementar ações para toda a cadeia produtiva. Vinte instituições, órgãos públicos, associações e entidades de classe irão se reunir regularmente para traçar estratégias, discutir demandas e até propor mudanças na legislação. O primeiro encontro está marcado para 2 de junho, quando acontece uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).    “Questões relativas à certificação de produtos, como o queijo, precisam ser debatidas logo. A logística de transporte das mercadorias e a criação de incentivos à produção também”, afirma o consultor da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Baques Sana. “Acredito que a Frente será um importante mecanismo para ouvir os produtores e a indústria na busca por soluções”.   Um exemplo é o queijo feito no Triângulo Mineiro, que, no mês passado, ganhou a chancela de “Minas Artesanal”. As linhas de produção passaram por uma vistoria do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e foi emitida a certificação do Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi), documento que libera a venda em todo país.  “Precisamos incentivar todas as ações que agreguem valor aos nossos produtos”, acrescenta Baques Sana.   Os tributos pagos pelos comerciantes também estarão na pauta de discussões, adianta o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Lucas Pêgo. “As taxas estão excessivamente elevadas. É impossível repassar tudo ao consumidor e acabamos descontando na margem de lucro”, afirma.   Ímã   Atualmente, a cadeia produtiva da gastronomia representa 20% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas. Às vésperas da Copa do Mundo, a culinária é apontada como o principal atrativo para incentivar o turismo no território mineiro. Pesquisa da Secretaria de Estado de Turismo e Esporte aponta que 22% dos gastos dos visitantes serão com alimentação.   Por outro lado, o secretário estadual de Esporte e Turismo, Tiago Lacerda, garante que a criação da Frente não está ligada ao torneio mundial de futebol. “Faltando um mês para a Copa, as ações que desenvolvemos para incrementar o turismo já estão sendo realizadas. A Frente tem uma visão muito mais ampla, de longo prazo, para contribuir com a promoção e valorização da gastronomia mineira”. 

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