Renda do trabalhador mantém crescimento na Região Metropolitana de BH

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
01/05/2014 às 08:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:23
 (André Brant/Hoje em Dia/Arquivo)

(André Brant/Hoje em Dia/Arquivo)

O reajuste anual do salário mínimo – com aumentos maiores do que a inflação desde 2003 – e o cenário de pleno emprego dos últimos meses blindaram o rendimento do trabalhador contra a inflação persistente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada na última quarta-feira (30) pela Fundação João Pinheiro (FJP) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na comparação de fevereiro de 2013 com igual mês de 2014, o rendimento real médio dos ocupados passou de R$ 1.739 para R$ 1.864, alta de 7,2%.   A elevação da renda aconteceu em todos os níveis de ganhos. No entanto, os trabalhadores mais ricos foram melhor aquinhoados.   Ainda comparando fevereiro de 2014 com fevereiro de 2013, o rendimento real médio dos ocupados 10% mais pobres registrou elevação de 6,3%, passando de R$ 514 mensais para R$ 546. Os 25% mais pobres seguiram na mesma linha, com rendimento saltando de R$ 645 para R$ 676, alta de 4,8%.   Para os 10% mais ricos, o rendimento real médio cresceu 10,2%, passando de R$ 5.364 para R$ 6.352, enquanto o bolso dos 25% mais ricos ficou 9,4% mais cheio, com a renda saltando de R$ 3.627 para R$ 4.212.   De acordo com a coordenadora da PED pelo Dieese, Gabrielle Selani, a política de valorização do mínimo tem reflexo positivo, inclusive, para os trabalhadores que não são assalariados, que tomam o piso como referência do valor de seus serviços.   Gabrielle analisa também que o cenário de pleno emprego dos últimos meses, que reduziu a oferta de mão de obra, contribuiu para o aumento da renda média real, inclusive dos trabalhadores mais abastados.   O baixo nível do desemprego dos últimos meses também turbinou os acordos salariais coletivos. Os reajustes negociados entre sindicatos patronais e de empregados têm contemplado aumentos reais na maioria dos casos. Conforme o supervisor técnico do Dieese, Fernando Ferreira Duarte, dos 62 acordos firmados em Minas Gerais, apenas um não repôs a inflação. Os demais, ficaram acima do índice, registrando ganhos reais.   Ainda de acordo com ele, dos 671 acordos firmados no Brasil, 87% das negociações ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), enquanto 7% ficaram iguais ao INPC. Os 6% restantes ficaram abaixo. O rendimento real médio cresceu 1,5% nesses acordos. O resultado é semelhante aos verificados em 2011 e 2010.   Os tempos de bonança para a renda, porém podem estar com os dias contados. A taxa de desemprego voltou a subir em março, alcançando a marca de 8,3% da População Economicamente Ativa (PEA).    No mês anterior, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego, o índice foi de 7,7%, enquanto em janeiro foi de 6,7%. De acordo com a coordenadora da PED, o aumento do índice de desemprego é comum nesta época do ano.

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