Pichadores são alvo de operação conjunta da Polícia Militar e Ministério Público na Grande BH

Sara Lira - Hoje em Dia
27/05/2015 às 08:34.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:13
 (Marcelo Prates/ Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/ Hoje em Dia)

Um grupo de pichadores foi preso na manhã desta quarta-feira (27) após a operação Argos Panoptes, realizada em conjunto pela Polícia Militar e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na capital e na Região Metropolitana. Dos 19 mandados de busca e apreensão, 17 foram cumpridos, sendo que sete pessoas foram presas e outras dez conduzidas para receberem tornozeleiras eletrônicas para serem monitorados.

Os jovens, que têm em média 20 anos, pertencem a classes sociais diversas. Um deles, preso em Curvelo, na Região Central do Estado, é advogado, empresário e tem, inclusive, um carro de luxo. A maioria já tem passagens por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.

Com os suspeitos foram apreendidos materiais usados para pichação como tintas, sprays, rolos, entre outros. O principal alvo do grupo era prédios públicos. Eles chegaram a pichar estátuas na praça de Liberdade, o muro da sede da 4ª Região Militar do Exército - na avenida Raja Gabaglia, e um dos prédios do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ao lado da Rotam.

Os mandados foram cumpridos a partir das 6 horas desta quarta-feira na capital, em Betim, Contagem, Vespasiano e também em Curvelo, na região Central do Estado.

"Elite"

Os presos são considerados como líderes de gangues de pichadores que se auto-denominam “Pichadores de Elite”. “O objetivo deles é afrontar o poder público por meio da pichação de prédios públicos e aparelhos espalhados nas praças”, explicou o militar. O slogam do grupo era "um pichador de elite vale por cem pichadores".

O suspeito de ser líder do grupo é Darcy Gonçalves Vieira Junior, de 40 anos, conhecido no meio pelo apelido de 'GG'. Ele negou participação nos atos, mas confirmou que atuou com pichação há mais de dez anos e até chegou a ser preso, mas que "saiu dessa vida". "Não sou mais envolvido com isso e não sei porque me pegaram. Não lidero nada", justificou.

O tenente coronel Geovanne, porém, desmente o suspeito. "Na casa dele foi encontrado um caderno com anotações sobre a atividade, bem como a assinatura de todos os envolvidos", afirmou.

Darcy Gonçalves Vieira Junior, apelidado pelos comparsas de 'GG', é apontado como líder do grupo. Foto: Marcelo Prates/ Hoje em Dia

De acordo com informações do Ministério Público, as investigações estão em andamento há cerca de sete meses. Durante o trabalho de apuração foi constatado que o grupo age desde 2010, principalmente no período da noite. A estimativa do MP é que os danos causados pelos membros da gangue ultrapassem os R$ 5 milhões.

Estão envolvidos na operação coordenada pelo Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) do MPMG, as Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Habitação, Urbanismo e Patrimônio Cultural da Capital, a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, agentes das Polícias Militar e Civil que atuam junto Grupo de Combate ao Crime Organizado, a Promotoria de Combate aos Crimes Cibernéticos e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Capital. Dezenove viaturas do Batalhão Rotam da Polícia Militar deram suporte ao cumprimento das ordens judiciais.

Vinte e duas viaturas e 88 militares foram empenhados para executar a ação. Para o tenente coronel, as gangues que atuam na capital e Região Metropolitana foram desmanteladas, uma vez que os presos nesta quarta eram líderes de vários grupos. “Queremos demonstrar que teremos tolerância zero a essas ações”, completou o tenente coronel.

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