Cruzeiro e Atlético escrevem capítulo mais importante da história em dia incomum para o clássico

Alexandre Simões - Hoje em Dia
24/11/2014 às 11:39.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:08
 (Beto Novaes)

(Beto Novaes)

Um jogo que tem a cara de domingo, o clássico entre Cruzeiro e Atlético terá o seu capítulo principal escrito numa quarta-feira. A partida de volta da decisão da Copa do Brasil determinará o vencedor da maior decisão da história do confronto. E num dia incomum, pois em quase 50 anos de Mineirão, que já foi palco de 232 duelos entre os times principais, será apenas a 13ª vez que os dois clubes se enfrentam nesse dia, o que não acontecia há 20 anos.

Apesar de apenas 5% dos clássicos no Gigante da Pampulha terem sido disputados numa quarta-feira, isso não tira de alguns desses jogos um papel importante na história do confronto.

Para os atleticanos, o fato de a partida de volta da decisão da Copa do Brasil ser o 13º jogo entre os dois rivais no Mineirão, numa quarta-feira, soa como um indicativo, pois 13 é Galo.

Mas há outro aspecto a embalar o sonho alvinegro. O último clássico disputado numa quarta-feira à noite, no Mineirão, foi vencido pelo Galo por 1 a 0, com um gol do centroavante Reinaldo Rosa. A partida disputada há exatos 20 anos, em 23 de novembro de 1994, foi válida pelo returno da repescagem do Campeonato Brasileiro.

Os dois rivais viviam momentos distintos naquele momento. O Cruzeiro tinha se salvado do risco de rebaixamento três dias antes, com uma vitória de 3 a 2, de virada, depois de perder o primeiro tempo por 2 a 0, sobre o União São João, em Araras. Autor do terceiro gol celeste naquele confronto, o volante Toninho Cerezo disputou no clássico de 23 de novembro de 1994 sua última partida com a camisa azul. Já o Atlético, com o resultado, se garantiu nas quartas de final do Brasileirão, pois a repescagem garantia aos seus dois primeiros colocados uma vaga nas quartas de final.

O Atlético carrega ainda no retrospecto o fato de ter levado a melhor num jogo de volta decisivo de um mata-mata do Campeonato Brasileiro. Em 11 de fevereiro de 1987, o Galo encarou o Cruzeiro na briga por uma vaga nas semifinais do torneio de 1986, que invadiu o ano seguinte.

No primeiro confronto, quatro dias antes, os dois times tinham empatado por 0 a 0. Como tinha melhor campanha na competição, o Atlético jogava por dois empates. E se garantiu nas semifinais com nova igualdade, por 1 a 1, com mais de 90 mil pagantes no Gigante da Pampulha.

Goleada

Para o cruzeirense, a grande esperança é que a façanha da noite de 5 de dezembro de 1984, uma quarta-feira, possa ser repetida. Nesse dia, os dois rivais se enfrentaram no Mineirão na partida de ida da decisão do segundo turno do Campeonato Mineiro.

Como já tinha vencido a primeira fase (Taça Minas Gerais), se ganhasse também a segunda, o Cruzeiro seria campeão estadual interrompendo a maior sequência de títulos do rival, que era hexacampeão estadual (1978 a 1983).

Com um segundo tempo praticamente impecável, o time da Toca, que jogou todo de branco, massacrou o rival e goleou por 4 a 0. No domingo, o Atlético venceu por 1 a 0, com um gol de Reinaldo, e os dois times comemoraram.

O regulamento falava que o time de melhor campanha, que naquele returno era do Atlético, jogava por dois resultados iguais. A Federação Mineira de Futebol (FMF) e o Cruzeiro entendiam que o saldo de gols deveria ser levado em conta.

Para o Galo, uma vitória para cada lado eram dois resultados iguais e o time tinha conquistado o segundo turno, forçando uma decisão contra o Cruzeiro. O assunto foi parar nos tribunais e a decisão favorável ao Cruzeiro, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), só saiu em setembro de 1990, quase seis anos depois da decisão.

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