Consultas crescem 54% na Grande BH após criação do Mais Médicos

Renata Galdino - Hoje em Dia
01/07/2014 às 21:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:13
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

A entrada de médicos estrangeiros no Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais já começou a impactar no atendimento a pacientes no Estado. Dados do Ministério da Saúde, divulgados nesta terça-feira (1º), mostram que, após a implantação do programa Mais Médicos, o número de consultas agendadas em postos de saúde de Belo Horizonte e Região Metropolitana cresceram 54,2%. Em janeiro deste ano foram 104.597 atendimentos contra 67.823 no mesmo período de 2013.    As consultas imediatas passaram de 36.145 no primeiro mês de 2013 para 54.438 em igual período de 2014, um crescimento de 50,6%. Esses atendimentos são os que não contam com agendamento prévio, mas que surgem espontaneamente no posto de saúde, como os casos de febre e pressão alta.    Já em todo o Estado, a quantidade de consultas na atenção básica aumentou 21,6%. Enquanto que em janeiro de 2013 foram 449.126 atendimentos, no primeiro mês deste ano foram 546.279 nos 463 municípios e no distrito índigena onde há profissionais trabalhando no Estado. Ao todo, segundo o Ministério, o programa abrange 4,2 milhões de mineiros.   Para o ministro Arthur Chioro, que nesta terça participou de um seminário na capital mineira sobre o Mais Médicos, o reforço de profissionais por meio do programa também influenciou na procura por atendimento em hospitais. “Pessoas com doenças leves, como diabetes e pressão alta, estavam concorrendo com outras mais graves em Unidades de Pronto Atendimento e pronto-socorro. Com médicos nos postos de saúde, elas não chegam a procurar atendimento nestes locais, reduzindo a demanda”, comentou.   Sobre as polêmicas envolvendo os profissionais brasileiros em relação aos colegas estrangeiros, o ministro reconhece que ainda existem entidades de classe contrárias ao programa. “Mas não são elas que têm a responsabilidade de garantir o atendimento médico à população”, disse.   Consultas a mais   Após o programa Mais Médicos, o secretário de Saúde de Ipatinga, Eduardo Penna, afirma que a cidade está realizando cerca de 4 mil consultas a mais a cada mês. Das 40 equipes do Programa de Saúde da Família, dez são lideradas por profissionais enviados pela iniciativa federal. “Cada uma faz 400 atendimentos mensalmente, atingindo 70% dos cerca de 200 mil habitantes”, disse.   Em Contagem, na Grande BH, 122 médicos oriundos dos projetos Mais Médicos, Revalida e Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) dão assistência no município. Desses, 27 são cubanos e outros sete brasileiros formados no arquipélago. “Percebemos que os cubanos de fato vieram para clinicar. Eles dialogam com o paciente, buscam descobrir a origem da doença”, ressaltou o prefeito de Contagem, Carlin Moura.   Minas terá mais R$ 46 milhões para a saúde   Durante a apresentação dos dados preliminares do programa Mais Médicos em Minas Gerais, o ministro Arthur Chioro anunciou recursos para ações na área da saúde no Estado. Ainda neste mês, serão repassados R$ 46 milhões para o governo estadual e municípios mineiros.   A verba deverá ser aplicada na rede de urgência, atendimento em oncologia e para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).   Do repasse, R$ 4,1 milhões irão para a manutenção do Hospital Municipal de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O montante, no entanto, não agradou moradores e lideranças comunitárias que participaram do seminário.    Durante a fala do ministro, eles levantaram faixas e o interroperam várias vezes. “Estávamos esperando R$ 8 milhões, pois o hospital funciona há dois anos sem ter recebido dinheiro da União. O governo vai começar a pagar a partir de agora, e não falaram nada do que estão devendo”, afirmou o secretário de Governo de Ibirité, Edilson Vieira Matos.   Ele disse que, em dificuldades financeiras, a unidade de saúde está com a sala de CTI fechada. Atualmente, são realizadas cerca de 12 mil consultas por mês. “E a maternidade também atende pacientes de Sarzedo, Brumadinho e Mário Campos”, enfatizou.   Indignados por não terem terem tido as reivindicações atendidas, os moradores fecharam a avenida Alfredo Balena, em frente ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, em protesto. O trânsito ficou congestionado.

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