Torcidas organizadas de BH na marca do pênalti

Gláucio Castro - Hoje em Dia
30/09/2014 às 08:24.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:24
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Atlético e Cruzeiro só saberão nesta quarta-feira (1º) suas penas por causa das confusões no clássico do dia 21 de setembro, no Mineirão. Mas nessa segunda-feira (29), as principais responsáveis pelos tumultos que podem provocar a perda de mando de campo pelos dois clubes já receberam as suas punições.

As torcidas organizadas Galoucura, do Atlético, e Máfia Azul e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, estão impedidas de entrar nos estádios do país nos próximos seis meses. Além disso, a medida vale ainda para os próximos cinco clássicos entre os dois clubes, mesmo que a data ultrapasse esse período.

E a situação pode ficar ainda mais complicada para as três torcidas, pois no dia seguinte ao clássico a Polícia Militar (PM) externou o seu parecer de que o trio de facções deveria ser banido dos estádios, pelos prejuízos provocados e pelo histórico de violência.

Esta é mais uma tentativa, entre tantas, para tentar acabar de vez com a violência durante as partidas de futebol. No caso dos cruzeirenses, já é a segunda punição sofrida na temporada. Em janeiro de 2014, Máfia Azul e Pavilhão, que têm uma rixa particular, haviam levado mais seis meses de punição pelos enfrentamentos no jogo Cruzeiro e Bahia, em 1º de dezembro do ano passado, no dia em que o time de Marcelo Oliveira receberia as faixas de campeão brasileiro. A determinação começa a valer sexta-feira.

Os jogos desta quarta, pelas quartas de final da Copa do Brasil, são os últimos no ano com a presença das três torcidas.

Fica impedida de entrar nos estádios qualquer pessoa que esteja usando camisa, faixa, bandeira, instrumento musical ou outro objeto que possa caracterizar a presença das torcidas.

Em reunião realizada nessa segunda, na sede do MP, participaram integrantes da Polícia Militar (PM), Federação Mineira e Comissão de Monitoramento da Violência em eventos Esportivos e Culturais (Comoveec).

Onze torcedores foram detidos no dia do clássico, além de bombas, rojões e até um soco inglês. O árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique chegou a interromper a partida aos 41 minutos do primeiro tempo, por causa dos tumultos e de uma bomba lançada pela PM, que estourou nas cadeiras.

Na semana passada, a PM enviou um relatório ao MP com uma cronologia da confusão, relatando as principais ocorrências registradas antes e durante a partida no Gigante da Pampulha.

O documento ainda não é do conhecimento do STJD e não deve integrar o processo do clássico, que será julgado nesta quarta-feira.

CRONOLOGIA

14h16 – Na chegada do ônibus do Atlético, torcedores cruzeirenses atiram latas e copos contra o veículo.

14h40 – A Polícia Militar (PM) precisou intervir para acabar com um confronto entre cruzeirenses e atleticanos no entorno do estádio.

15h42 – Um grupo de integrantes da Galoucura faz o que a PM chama de “cavalo doido”, pois eles avançam em direção à área de revista nas catracas. Os policiais conseguem impedir a entrada de cerca de 400 torcedores, mas alguns conseguem entrar no estádio sem passar pela revista.

15h47 – A organizada apresenta suas bandeiras e instrumentos fora do prazo de segurança estipulado pela PM, o que causa transtorno.

16h36 – Polícia relata confronto entre as duas torcidas no anel superior para justificar o uso de duas bombas, uma de efeito moral e outra de luz e som.

16h44 – Segundo a PM, uma confusão envolveu torcedores dos dois lados até num dos camarotes do estádio, mas a situação foi rapidamente controlada.

16h50 – No intervalo do jogo, grupos das duas torcidas provocaram tumulto nos corredores de bares. Grades que separavam os dois setores foram destruídas.

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