Atlético faz valer mística do Horto e sai na frente na decisão da Copa do Brasil

Wallace Graciano - Hoje em Dia
12/11/2014 às 23:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:59
 (Douglas Magno)

(Douglas Magno)

No primeiro capítulo da “final dos sonhos” do futebol mineiro, quem teve o que comemorar foram os anfitriões do duelo desta quarta-feira (12). Em um jogo ditado pela entrega dos dois lados, o Atlético mostrou maior equilíbrio e, não à toa, saiu do Independência, a fortaleza onde é quase invencível, com uma importante vitória por 2 a 0. Luan e Dátolo anotaram os gols que colocaram o Galo bem perto do título inédito.   Para conquistar pela primeira vez a Copa do Brasil, o Galo precisará segurar o ímpeto da Raposa no jogo de volta. Até mesmo uma derrota por um gol de diferença lhe dará o caneco.  Curiosamente, o Cruzeiro precisará repetir os feitos heroicos do rival ao longo desta edição da competição. No jogo de volta, a Raposa precisará reverter a desvantagem de dois gols, caso queira o pentacampeonato. Acreditar é preciso.   Os clubes voltarão a se enfrentar no dia 26 de novembro, quando o Mineirão conhecerá o grande campeão da Copa do Brasil desta temporada. Antes, os rivais voltam o foco para o Campeonato Brasileiro. No próximo domingo (16), a partir das 17 horas, a Raposa tentará mostrar que a derrota desta quarta é coisa do passado diante do Santos, na Vila Belmiro. Mais tarde, às 19h30, o Galo receberá o Figueirense, no Independência, para se manter no G-4 do torneio.   DETALHE   Conforme a história do duelo Atlético e Cruzeiro foi sendo escrita na noite desta quarta, ficou claro que apontar prognósticos para o confronto é uma das tarefas mais complicadas. Afinal, seja qual for a situação das equipes no encontro, é certeza de entrega maior dos dois lados. E no clássico dos sonhos dos torcedores de ambos os clubes a história não seria diferente.   Foi preciso a bola rolar para ver que as duas equipes tinham uma vibração a mais. Se a pelota sobrava livre para um dos atletas de um dos times, um rival vinha logo lhe dar combate. Sem tempo para respirar, era claro que um pequeno descuido seria decisivo.   E assim foi. Quando o relógio marcava o oitavo minuto, Marcos Rocha recebeu a bola livre na extrema direita da intermediária celeste. Como ninguém veio lhe dar combate, o lateral cruzou a bola em curva e achou Luan no meio da defesa celeste, em posição que irá gerar discussões por um bom tempo. Como o auxiliar não ergueu a flanela, Luan cabeceou livre e saiu para o abraço: 1 a 0.   Após o gol alvinegro, o Cruzeiro ensaiou uma pressão e chegou em três oportunidades com real perigo até os 25 minutos da etapa inicial. Na mais clara das chances, Marcelo Moreno finalizou precipitadamente o rebote de um chute de Everton Ribeiro. A bola havia sobrado livre para o boliviano, mas o matador chutou desequilibrado e facilitou o trabalho de Victor.   Sufocado em seu campo, o Atlético, inteligentemente, passou a adiantar a marcação e, assim, fechar as linhas de passe do rival. Com isso, anulou uma das principais virtudes celestes, que é a saída de bola rápida através de seus volantes. Sem dar brechas ao rival, os comandados de Levir Culpi dominaram o restante da primeira etapa. O gol só não saiu porque o setor defensivo estrelado também teve boas participações.   Apesar da bola ter balançado a rede em apenas uma oportunidade, contrariando os prognósticos que apontavam muitos gritos de gol, o primeiro tempo mostrou um jogo pegado, porém não menos interessante. Era um convite para uma etapa complementar de muitas emoções.   EQUILÍBRIO FAZ A DIFERENÇA   Após um primeiro tempo aguerrido, com intensa entrega dos dois lados, ficou difícil imaginar que a etapa final não teria a mesma tônica. Foi o que ocorreu. Atrás do prejuízo, o Cruzeiro saiu em busca do empate, enquanto o Atlético não se acovardou, querendo aumentar a diferença.   O problema que a “transpiração” havia ultrapassado a lógica. O Cruzeiro, que passou a encaixar melhor seus perigosos contra-golpes, pecava ao complementar a jogada por pura afobação. O mesmo ocorria do outro lado. O Atlético se mostrava ansioso sem necessidade. Faltava uma jogada ensaiada.   E ela veio de uma forma curiosa. Nos últimos jogos, o Atlético passou a mandar as cobranças de lateral próximas à linha de fundo direto para a área. Aos 13 minutos, quando Marcos Rocha resolveu explorar novamente esse recurso, conseguiu deixar a bola “viva” em meio à defesa rival. Dátolo, que não é bobo, aproveitou a falha, cortou para trás e chutou cruzado para vencer Fábio. A rede balançava novamente e a torcida atleticana foi a loucura: 2 a 0.   Se no primeiro tempo a Raposa chegou a esboçar uma reação, após a vantagem alvinegra ampliada os comandados de Marcelo Oliveira sentiram o golpe. Irreconhecível, o Cruzeiro não conseguia colocar a bola no chão. Quando estava com a posse da pelota, era lançamento em profundidade para frente, já que os armadores também estavam em uma noite muito infeliz, facilitando o trabalho da defesa adversária.   Melhor para o Atlético. Equilibrado até o fim, conseguiu segurar o rival e aproveitou para criar boas oportunidades, inclusive com Diego Tardelli chutando uma bola perigosa no fim, parado em ótima defesa de Fábio. Agora é ver se o “feitiço não vira contra o feiticeiro” e consegue segurar a vantagem de dois gols no jogo de volta.    FICHA TÉCNICA   ATLÉTICO 2 X 0 CRUZEIRO   ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Josué, Leandro Donizete, Dátolo, Luan (Marion); Diego Tardelli e Carlos. TÉCNICO: Levir Culpi CRUZEIRO: Fábio, Mayke, Léo, Bruno Rodrigo, Samudio; Lucas Silva (Nilton), Henrique, Everton Ribeiro (Júlio Baptista), Ricardo Goulart (Dagoberto); William e Marcelo Moreno. TÉCNICO: Marcelo Oliveira   Gols: Luan (aos 8' do 1º tempo); Dátolo (aos 13' do 2º tempo) Data: 12 de novembro de 2014 Motivo: Primeiro jogo da final da Copa do Brasil  Estádio: Independência Cidade: Belo Horizonte Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (FIFA-RJ) Árbitros assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (FIFA-SP) e Rodrigo Henrique Corrêa (CBF-RJ) Árbitros assistentes adicionais: Péricles Bassols (FIFA-RJ) e Raphael Claus (ASP-FIFA-SP) Cartões amarelos: Josué (Atlético) e Samudio (Cruzeiro)

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