(Frederico Haikal/Hoje em Dia)
O comando mineiro do PMDB minimizou, nessa quarta-feira (11), os 41% de dissidentes que rejeitaram a aliança com o PT na convenção nacional do partido. O presidente da legenda, ex-ministro Antonio Andrade, classificou como natural o “desejo de mudança” nos quadros do partido, mas descartou uma aproximação dos insatisfeitos com o presidenciável Aécio Neves (PSDB).
“É normal que uma minoria no PMDB queira outra composição que não com o PT, mas não significa que seja uma vontade de estar com o PSDB. Não tem essa de apoio dividido, tinha era a vontade de lançar candidatura própria”, afirmou.
O deputado federal Saraiva Felipe, ex-presidente da legenda em Minas, já reconhece que a falta de unanimidade possa dar brecha a acordos locais, em detrimento da decisão nacional. “Ficou sentenciado que estaremos com Dilma, mas se somar os votos brancos e nulos na convenção nacional, fica pior ainda: a diferença foi de 20 votos. O apoio foi dividido, sim, e a orientação da nacional pode valer pouco”, disse.
O cientista político Robson Sávio, professor da UFMG, destaca que é próprio do PMDB ter ‘caciques locais’ quer tenham mais expressividade que o comando nacional. “O PMDB nunca entrou coeso em uma eleição, desde os tempos de FHC negociando com o PFL. Há uma estratégia de aumentar o número de líderes locais, que quando chegam na executiva Nacional ganham um pouco mais de influência, como Michel Temer, para conseguir mais governos ou prefeituras, mas a legenda não se move por coesão ou ação programática”.