Governo conclui retirada de não índios de Reserva Awá-Guajá

Agência Brasil
27/04/2014 às 12:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:19

A terra Indígena Awá Guajá, no Maranhão, foi totalmente desocupada por não índios, conforme informou esta semana um comunicado da Fundação Nacional do Índio (Funai). O governo brasileiro vinha promovendo uma operação de desintrusão na reserva desde janeiro deste ano, em cumprimento a uma decisão judicial. No último dia 15, um juiz federal e um procurador federal foram até a Aldeia Juriti entregar aos Awá-Guajá o auto de desintrusão, que atesta a total retirada dos não índios da terra.   Os índios da etinia Awá-Guajá tiveram contato recente com a civilização e muitos vivem em total isolamento. Segundo a Funai, os que tiveram contato somam pouco mais de 400 pessoas e a etnia vive em outras três terras indígenas no Maranhão, na região da Reserva Florestal Gurupi. Eles falam tupi-guarani e vinham sofrendo fortemente o impacto do contato com não-índios, o que os colocou sob ameaça de extinção. A situação chamou a atenção de organizações internacionais que vinham promovendo campanhas mundo a fora alertando para episódios de violência na região e pedindo a retirada dos não índios da área.   A reserva tem cerca de 100 mil hectares e vinha sendo ocupada por pequenos agricultores, posseiros e madeireiros. Eles receberam notificação para deixar a área e tiveram prazo de 40 dias antes que as casas, estradas e cercas fossem destruídas. A estimativa é que 30% do território já foi desmatado, onde os agentes do governo federal observaram a presença de grandes propriedades. Uma vistoria realizada por representantes de diversos órgãos que participaram da operação atestou que a desintrusão estava completa.   A força-tarefa interministerial que coordenou a operação permanecerá na região até a próxima quarta-feira (30). Eles contam com o apoio da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas para evitar que os não  índios retornem para a reserva. A Funai também possui uma estrutura de proteção montada numa base de operações ao norte, onde existia o povoado de Vitória da Conquista. Lá existem cancelas e sinalização sobre o território.

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