Orquestra Filarmônica homenageia o compositor Richard Strauss

Elemara Duarte - Hoje em Dia
03/07/2014 às 08:11.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:14
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

O pianista está de tênis, os violinistas de calça jeans e o maestro “baila”, mesmo que discretamente, na regência do som do romântico Richard Strauss – o aniversariante da semana. É o ensaio da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais para que, hoje, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, aconteça a festa dos 150 anos de nascimento do compositor alemão. Aí, todos estarão vestidos à caráter, conforme manda o ritual das estrelas das artes.   Durante este mês, a orquestra interpretará dez obras do compositor (1864-1949), juntamente com o pianista Arnaldo Cohen – o artista de tênis –, a soprano Adriane Queiroz e o trompista Szabolcs Zempléni. As apresentações continuam nos dias 15 e 24 deste mês. Sob a regência do maestro Fabio Mechetti – aquele do sutil bailado.   Mas qual é o recado que Strauss deixou para a contemporaneidade? “Em quanto tempo você quer que a gente fale isso? Falar de toda a obra dele neste gravador tão pequeno, não sei se cabe”, ironiza Cohen, tentando mensurar a diversa e extensa obra do alemão.   “O Strauss teve a vantagem de ser um compositor que escreveu bem para tudo. Música de canto, peças solo, para orquestras e praticamente todos os gêneros”, resume Mechetti. Ainda assim, acrescenta, foi um compositor “que não tinha vergonha de ser romântico”, mesmo com a pressão dos novos estilos nascidos na virada dos séculos 19 e 20.   Na seleção das obras, o maestro diz que preferiu mostrar um Richard Strauss que não é muito conhecido, numa viagem por toda obra e fases do compositor. Uma das mais conhecidas composições de Strauss (não, Johann Strauss, o "rei da valsa") foi usada por Stanley Kubrick, na não menos conhecida trilha da abertura do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”. Esta obra, por exemplo, não entrará nas seleções da Filarmônica.   Hoje, na segunda parte da apresentação, Cohen interpretará “Burleske”, obra única do Romantismo de Strauss para piano. “Ele morreu em 1949, um ano depois que eu nasci. Me sinto parte da história do século passado”. História que será revivida hoje, em vestes de gala.     PROGRAMAÇÃO   "Festival Richard Strauss", com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, no Grande Teatro do Palácio das Artes.    Hoje (3), dia 15 e dia 24, sempre às 20h30.   Ingressos a R$ 70 (Plateia I), R$ 54,00 (Plateia II) e R$ 36,00 (Plateia superior). Meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos, mediante comprovação.    Informações: (31) 3236-7400     DIA 3 DE JULHO, QUINTA-FEIRA Será apresentada a Sinfonia n° 2 em fá menor, op. 12. Antes de se consagrar internacionalmente como compositor, com seus "poemas sinfônicos", Strauss havia empreendido ao menos duas experiências criativas no universo da música orquestral. São desse período a Sinfonia n° 1 em ré menor (1880) e a Sinfonia n° 2 em fá menor (de 1884). No segundo momento, a obra Burleske, em ré menor, op. 11, para piano, será interpretada por Arnaldo Cohen. Por fim, uma das obras mais famosas e admiradas de Richard Strauss, Don Juan, op. 20 encerra o primeiro concerto do Festival. Os "poemas sinfônicos" do compositor foram definidos por ele próprio como ilustrações sonoras de enredos poéticos. A obra em questão foi completada em 1888.    DIA 15 DE JULHO, TERÇA-FEIRA Quatro obras compõem o repertório da noite. Uma delas é a adaptação musical da obra "O Burguês Fidalgo" de Molière, que foi concebida como um novo tipo de apresentação: o uso de música incidental de caráter barroco na adaptação do texto teatral e a apresentação da ópera Ariadne auf Naxos. Na sequência, a Filarmônica interpreta, ao lado da soprano Adriane Queiroz, a cena final de Capriccio, op. 85, última ópera escrita por Strauss. No mesmo dia, será interpretada a Serenata em Mi bemol maior, op. 7 escrita quando Strauss tinha apenas 17 anos. Para encerrar a noite, a Orquestra apresenta as Quatro Últimas Canções, interpretadas pela soprano. Elas foram compostas em 1948, um ano antes da morte de Strauss.   DIA 24 DE JULHO - QUINTA-FEIRA Apresentação do concerto Da Itália, op. 16. Antes de ocupar o cargo de assistente na Ópera de Munique, o compositor alemão passou cinco semanas no início de 1886 visitando cidades na Itália. A viagem o inspirou a escrever este que é seu primeiro "poema sinfônico". Na sequência, com participação do trompista Szabolcs Zempléni, a Filarmônica interpreta o Concerto para trompa nº 1 em Mi bemol maior, op. 11. Franz Joseph, pai de Strauss, considerado o melhor trompista alemão de sua época, deixou como herança ao compositor o amor pelo instrumento. O Festival será encerrado com o concerto Salomé, op. 54: Dança dos Sete Véus. A obra recupera o episódio bíblico em que Salomé dança para Herodes e cujo desfecho é a decapitação de João Batista. Na Inglaterra, a ópera esteve proibida até 1910.

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