Fifa fecha cerco a clubes e determina regras para importação de menores de idade

Estadão Conteúdo
23/06/2015 às 17:35.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:36

A Fifa fecha o cerco aos clubes europeus que tentam contratar jogadores menores de idade, principalmente do Brasil, Argentina e África. A partir de julho, clubes terão de preencher uma série de condições extras para que sejam permitidos a levar para a Europa menores de idade, um apelo feito pelo Brasil por anos.

A contratação de jovens não é proibida. Mas o que a Fifa não quer é que haja um fluxo de menores de países pobres para os grandes clubes europeus, esvaziando campeonatos nacionais e retirando de suas cidades os futuros craques.

Num comunicado enviado a todas as federações nacionais, a Fifa indica que exigirá que tanto o pai como a mãe do menor de idade tenham trabalho nos países para onde imigraram para que uma contratação seja autorizada. Nos últimos anos, o que clubes faziam eram dar ao pai do jovem jogador um emprego, cumprindo o critério estabelecido pela entidade que controla o futebol mundial.

A Fifa também exige saber as condições sociais dos parentes dos jogadores, documentos de todos os membros da família e mesmo um certificado do clube garantindo que não foi buscá-lo em seu país de origem.

Outra novidade nas regras da entidade é que as exigências feitas até agora para jogadores a partir de 12 anos de idade valerão também para os garotos a partir de 10 anos. Nos últimos anos, o que a Fifa percebeu é que clubes europeus passaram a trazer jovens a partir de 10 anos para suas escolinhas, justamente para driblar as regras estabelecidas para aqueles a partir de 12 anos de idade.

As mudanças ocorrem depois que o Barcelona foi condenado por conta de suas práticas de trazer jovens jogadores para o clube, sob o pretexto de estarem dando abrigo, educação e estrutura. Entre os jovens "convidados" a viver em Barcelona no passado estava o argentino Lionel Messi, que depois se consagraria como um dos maiores jogadores da história.

O caso de Messi é apontado por muitos como um dos exemplos dessa importação ilegal de jogadores e que, graças a brechas na lei, conseguiu ser justificada. Pela Fifa, um jogador menor somente pode ser trazido do exterior se ficar provado que ele se mudou com sua família para aquela cidade. O Barcelona, para levar Messi, transferiu da Argentina para a capital da Catalunha toda a família do meia.

Agora, a medida reabre a polêmica em relação à compra de menores pelos grandes clubes e pode ter um impacto direto em dezenas de brasileiros. Segundo a reportagem apurou, mais de 100 garotos brasileiros estão hoje na Europa trazidos pelos poderosos times do continente.

Para que autorize a venda de um menor de 18 anos de um país para outro, a Fifa exigia que pelo menos uma das seguintes condições seja atendida: que a família tenha se mudado do país; que a transferência ocorra entre países da União Europeia com atletas de mais de 16 anos; que o novo clube fique a no máximo 50 quilômetros da fronteira; ou que o menor esteja vivendo no novo país por mais de cinco anos antes de ser contratado. Nessas condições, a Fifa registrou 13 mil transferências de jovens no mundo apenas em 2011.

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