(Editoria de Arte)
Até a divulgação da campanha “Entenda o Zóster”, em rede de TV, muita gente não tinha ouvido falar da doença, que pode trazer graves consequências à saúde, principalmente a pessoas acima de 50 anos. Causada pelo mesmo vírus da catapora, o varicella-zoster, a enfermidade é um tipo de herpes que pode atingir uma em cada três pessoas. O alerta é da empresa farmacêutica MSD e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Somente quem teve catapora na infância tem o vírus do zóster adormecido no organismo. Como a vacinação contra a doença só foi introduzida pelos SUS em 2013, na tetra viral (catapora, sarampo, caxumba e rubéola), muitas pessoas podem manifestar a enfermidade com a queda da imunidade ou à medida que envelhecem.
Há ainda a possibilidade de contágio por contato direto da pele com as vesículas. Segundo um estudo nacional, 94% da população brasileira teve contato com o vírus varicela-zoster. “Assim, quase toda população está em risco de desenvolver herpes zóster em alguma fase da vida”, explica o geriatra e membro da diretoria da SBGG-MG Rodrigo Santos.
Dores fortes
Os primeiros sintomas incluem lesões na pele semelhantes a bolhas, associadas a dor aguda em um lado do corpo. A principal complicação é neuralgia pós-herpética, quadro em que o paciente sente dor por longos períodos.
Para a mineira Maria do Carmo da Fonseca, de 66 anos, que teve a doença há oito, a dor do zóster foi a pior que já teve. As primeiras lesões apareceram apenas de um lado do abdome e foram se alastrando pelas costas.
“Assim que fui consultar, o médico já falou que era herpes zóster. Na época, não sabia o que era isso. Aí já foi crescendo aquelas bolhas. Aquilo foi um sofrimento muito grande”.
Complicações
Não foi o caso de Maria, mas a doença pode desencadear outros problemas de saúde. Anualmente, registram-se cerca de 10 mil internações causadas por complicações do vírus varicela-zóster, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS.
Nessas situações, o quadro do paciente pode evoluir para pneumonia, fraqueza muscular, paralisia motora e perda de audição.
A única vacina contra a doença foi lançada no Brasil no ano passado. Chamada de Zostavax, reduz a incidência em 50%.
O problema é que o valor é alto (R$ 500), e ainda não há previsão de inclusão da imunização no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é recomendada até para quem já teve a enfermidade.
Higienizar as mãos, cobrir as lesões e não coçá-las são medidas recomendadas para evitar a transmissão da catapora e do herpes zóster