Carlos Barroso: nos tempos do futebol mais poético

Pedro Artur - Hoje em Dia
19/10/2014 às 09:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:40
 (Reprodução)

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O fazer poesia para o poeta Carlos Barroso é guerrilha, de várias formas e inspiração a mil. E é esse olhar que permeia “Futebol de Barro – 7 Poemas de Amor & Lirismo e 1 Canção Iconoclasta”. O experiente jornalista em coberturas políticas no Estado provoca: “Sou herdeiro da poesia-mimeógrafo (“independente”): uso de tudo e de todos na releitura e escrita que faço. Desde o soneto, modernismo, dadaísmo, visual, e do concretismo, lição de poesia dos irmãos (Haroldo e Augusto) Campos e Décio Pignatari. Também me referencio em artes plásticas – faço livros-objetos. Não é só escrever e pagar a editora”.   Nos poemas, ele tece críticas, com ironias ferinas, sobre o “negócio” que se transformou o futebol em tempos recentes. E da farpa não escapa nem o atacante Neymar, joia última do futebol brasileiro, com o poema “Neymarketing”.    “Perdeu muito. É negócio de bilhões de dólares, com o poder da grana ‘que ergue e destrói coisas belas’, como diz Caetano. Um exemplo é terem acabado com as ‘gerais’ dos estádios, excluindo os ‘Geraldinos’, consagrados pelo cartunista Henfil. O futebol perdeu muito da graça, da leveza, sobrando uma violência despropositada e perigosa”, cutuca.   Apesar disso, Carlos volta em um tempo em que o futebol brasileiro era mais poético, especialmente dentro das quatro linhas. Assim, ele não se furta em apontar o jogador com alma de poeta nas pernas. “Sem dúvida, Garrincha, o lirismo em forma de pernas tortas do futebol. Mas gosto também de jogadores que se insurgiram contra a ditadura, tanto de governo, quanto dos clubes, como Afonsinho e Sócrates”.   O livro, que não terá uma série, segundo Carlos, toca na derrota mais humilhante do futebol brasileiro. “Foi uma alegoria com a derrota de 7 a 1 para a Alemanha (na semifinal da Copa do Mundo, em julho, no Mineirão). Continuarei com outros temas, para não ser redundante. Mas esse livreto também é uma forma de desmistificar a derrota como algo de importância para a ‘Pátria de chuteiras’, mexe, propositalmente, na ferida o poeta”.   Em tempo: o título é uma homenagem a Pablo Neruda (a lembrança de 110 anos de nascimento dele foi comemorada durante as finais da Copa no Brasil).   O livro será vendido a R$ 7,10 (alegoria da goleada). Encomendas pela internet: https://www.facebook.com/carlos.barroso.1069, pelo telefone )31) 9972-2738 ou pelo e-mail carlosbarrozo@hotmail.com.

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