Tagore traz som de Recife para A Obra

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
14/05/2014 às 07:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:34
 (Beto Figueiroa)

(Beto Figueiroa)

A primeira impressão que o disco do músico Tagore pode arrancar dos politicamente corretos é que existe algo transgressor demais sendo exibido. Explica-se: bem na capa, está um bebê com um cigarro (apagado) na boca.

A imagem, acreditem, é do próprio músico, e foi feita no seu primeiro aniversário. “Ela é fruto de uma brincadeira do meu pai e incrivelmente casava com o título do álbum”, revela.

O álbum em questão é “Movido a Vapor” – disco independente que poderá ser ouvido ao vivo na noite desta quarta-feira (14), no bar dançante A Obra.

Leveza nordestina

Bem além, no entanto, do que alguns podem tomar como ofensa ou agressão, está um trabalho que deixa soar leveza. Desde o primeiro acorde, o ouvinte é convidado a reconhecer um gingado típico dos lados de lá: que passa pela voz mansa e segue até o ritmo leve.

“Eu diria que o ‘porto’ do qual elas saíram é o mesmo, mas cada uma carrega sua própria alquimia. Algumas foram compostas ainda em 2009, enquanto outras foram feitas em meados de 2011”.

Para Tagore, a faixa “2012” representa bem duas das principais características do trabalho nessa fase atual: elementos regionais (como vocais que remetem à fase “Vivo”do Alceu) e ao rock dos anos 1960. “Tudo caminha de mãos dadas”, assegura. “A parte de dentro do encarte simboliza bem essa fase anos 60-transgressora-psicodélica”.

Poliglota e Crença

“Assim como o público faz suas escolhas, também faço as minhas. Para mim duas das melhores canções que já fiz foram ‘Poliglota’ e ‘Crença’. São muito cruas e me foram ‘dadas’ pelo vento, daquelas situações: ‘Nem lembro como fiz’”.

Ainda para este ano, Tagore faz o lançamento do videoclipe de “Poliglota” – filmado na casa de Ricardo Brennand, Recife, com direção de Dudu Pereira e Felipe Falcão.

Em tempo: sobre o significado do nome, o músico conta: “Meu pai, quando jovem, era professor de ioga, e, por esse envolvimento com a cultura indiana, colocou meu nome em homenagem a um poeta que muito gosta, Rabindranath Tagore. Significa: pequeno raio de luz”.

Show de Tagore – Nesta quarta-feira (14), às 20h, n’ A Obra Bar (r. Rio Grande do Norte, 1168, Savassi). R$ 10

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