Magalhães ganha apoio do prefeito e comandará Câmara

Hoje em Dia (*)Infomações de Aline Louise
17/11/2014 às 07:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:02
 (Flavio Tavares/)

(Flavio Tavares/)

O vice-presidente da Câmara de Belo Horizonte, vereador Wellington Magalhães (PTN), será o novo presidente da Casa com o apoio do prefeito da capital, Marcio Lacerda (PSB).

O socialista entrou em campo para garantir a escolha de Magalhães. De acordo com o candidato, Lacerda conversou com a base no Legislativo e pediu para referendar o nome do atual vice. “Este apoio já vinha sendo costurado há um ano. Ele está conversando com os vereadores da base”, afirmou Magalhães.

O principal cabo eleitoral de Magalhães é o vereador Preto (DEM), líder da Prefeitura na Câmara. “A base apoia Wellington. Temos que ter a responsabilidade de administrar mais de mil funcionários, por isso o escolhemos. Começamos a trabalhar pedindo aos colegas da base o apoio. Nosso grupo conta com mais de 13 vereadores. Agora, temos o apoio de outros vereadores da base. Já contabilizamos 27 votos”, contou o democrata.

O Legislativo é composto por 41 vereadores. O cargo de presidente é ocupado por meio de voto. Para obter maioria, é preciso o aval de 21 parlamentares.

O novo presidente terá que administrar um orçamento de R$ 219 milhões, para o próximo ano.

Além do apoio de Lacerda, Magalhães conta com o discurso da descentralização para convencer os pares. Seu grupo político distribui críticas à atual administração, encabeçada pelo vereador Léo Burguês (PTdoB). De acordo com Preto, a gestão atual não dá espaço para que integrantes da Mesa participem das decisões relativas à Casa. “Vamos tentar fazer uma Mesa mais heterogênea, que tenha mais responsabilidade de divisão dos trabalhos dentro da Casa. Esta última Mesa foi concentrada apenas em uma pessoa, o presidente. Queremos que todos tenham atribuições, diferentemente do que ocorreu com a última Mesa”, enfatizou Preto.

O discurso tem surtido efeito entre os parlamentares. Vários deles contaram que Magalhães deve mesmo vencer a disputa.

Antes aliado de Léo Burguês, hoje o vice milita em campo oposto. Burguês não apoia Magalhães. Ele não atendeu às ligações da reportagem.

Independência

Mesmo ajudando a eleger o vereador Wellington Magalhães, o prefeito Marcio Lacerda não deverá contar com a parcimônia dos parlamentares para aprovar projetos de lei do interesse do Executivo. Muitos deles avisaram que seguirão as sugestões do socialista, porém, quando o assunto forem projetos impopulares, agirão com independência.

O recado afeta diretamente a principal proposta do Executivo na pauta. O aumento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e de taxas para construção estão na pauta à espera de apreciação.

Nos bastidores, os vereadores dizem que as propostas devem ser derrubadas em plenário. O aumento do ISSQN é o mais polêmico. Ele chegou a ser aprovado pela Câmara, mas foi barrado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais sob a alegação de impropriedades na tramitação.

Lacerda diz que corrigiu os vícios da proposta e apelou ao vereadores com o argumento de que a administração anda com o caixa aquém do previsto. Mesmo assim, os parlamentares não devem ouvi-lo.

*Outros vereadores “correm por fora” na disputa interna

Pelo menos outros três nomes, além de Wellington Magalhães (PTN), estão no páreo pela disputa pela Presidência da Câmara de Belo Horizonte. O vereador Orlei, do PTdoB, apontado como o candidato de Léo Burguês (PTdoB), confirma sua candidatura, mas tenta descolar seu nome do atual presidente da Casa.

“Sou apoiado pelo PTdoB, sou candidato do partido, não do Léo”, disse.

Para Orlei, nada está definido, porém, ele já faz planos. “Temos por objetivo fazer uma administração ouvindo os colegas, partidos, sem tomar decisão sozinho. Uma Mesa que seja voltada realmente para atender à população”, projetou.

Elaine Matozinhos (PRB) também confirma sua candidatura. Única vereadora no páreo, ela conta com a força feminina para assumir o posto de presidente da Câmara Municipal.

“Eu tenho o apelo do movimento de mulheres para essa candidatura. Minha eleição seria muito simbólica”, afirmou.

Para a vereadora, que costura apoio, muita coisa ainda pode mudar até 12 de dezembro. “Quem já participou de eleições de Mesa Diretora aqui na Casa sabe que muitas vezes as coisas são decididas na última hora”, conclui.

O PT também lançará um nome para a disputa. Segundo o vereador Adriano Ventura (PT), ainda não foi definido o quadro petista, mas todos os seis parlamentares da bancada estariam “em condições” para concorrer.

O vereador lembra que o PT nunca teve a presidência da Câmara, nem quando Fernando Pimentel (PT) foi prefeito e que agora seria um bom momento. Para Ventura, a Câmara passa por uma fase “ruim”, de baixa produtividade, por causa da falta de consenso entre a prefeitura e os parlamentares. “Vários vereadores da própria base rejeitam projetos do governo, como a Operação Urbana do Barreiro. Por isso, os trabalhos não caminham. A oposição é pequena. O governo está com problema não é com o PT, é com a base e tudo isso interfere na eleição”, disse.

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