Suspeito de ataque a consulado se diz inocente

Estadao Conteudo
28/06/2014 às 19:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:11

Washington - O militante líbio Ahmed Abu Khatallah, acusado de ser um dos autores dos ataques de 2012 contra o consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, alegou inocência diante de uma corte federal americana neste sábado. Abu Khattalah fez sua primeira aparição em um tribunal.

A acusação diz que ele participou de conspiração ao prover apoio e recursos a terroristas no ataque que matou o embaixador Chris Stevens e outros três norte-americanos. Forças especiais dos EUA capturaram Abu Khattalah na Líbia há duas semanas, marcando o primeiro grande avanço da investigação.

O processo reflete a posição da administração do presidente Barack Obama de levar acusados de terrorismo a justiça criminal norte-americana mesmo quando os Republicanos peçam que Abu Khattalah e outros sejam levados para a prisão em Guantánamo.

Críticos afirmam que suspeitos de terrorismo não merecem proteção legal por cortes americanas. A administração Obama considera, porém, que a justiça civil é mais justa e eficiente.

Na corte, Abu Khattalah usou agasalho esportivo preto e manteve suas mãos, que não estavam algemadas, nas costas. Com barba e cabelos longos e cacheados, ele olhou impassível para o juiz durante a maior parte dos 10 minutos de audiência.

Sua advogada, Michele Peterson, entregou a alegação de inocência e o acusado falou apenas duas palavras, ambas em árabe. Ele respondeu "sim" quando perguntado se jurava dizer a verdade e "não" quando questionado sobre se estava tendo problemas para entender o procedimento. Ele usou fones de ouvido para ouvir um tradutor.

O juiz John Facciola ordenou que Abu Khattalah continue preso, mas não disse onde ele ficaria detido.

A violência na Líbia em 2012, durante o 11º aniversário dos ataques de 11 de setembro ao World Trade Center e ao Pentágono, se transformou numa controvérsia para os Estados Unidos. Republicanos acusaram a Casa Branca de confundirem o público sobre o ocorrido e o governo acusou a oposição de politizar a tragédia.

Abu Khattalah foi uma figura proeminente nos círculos de extremistas em Benghazi. Ele reconheceu em entrevista em janeiro que estava presente durante o ataque a missão norte-americana na região, mas negou envolvimento, dizendo que estava tentando organizar o resgate de pessoas presas.

No ataque, homens atiraram granadas e destruíram a sede da missão. O embaixador Chris Stevens morreu sufocado e outro norte-americano morreu com um tiro. No momento, testemunhas disseram que viram Abu Khattalah comandando o grupo que atacava o local. Fonte: Associated Press.
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