Delícias do Chile

Júlio Anselmo - Hoje em Dia
21/06/2015 às 11:07.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:34

Como não saíram os rodapés das matérias das duas colunas anteriores, vão aqui alguns esclarecimentos:
Na coluna do dia 07/6 (sobre o produtor português Luís Pato) - A uva Sercialinho é resultante do cruzamento das uvas Sercial e Alvarinho. D.O.C. significa Denominação de Origem Controlada. O abafado é o vinho que teve a fermentação interrompida, restando açúcar não transformado em álcool (ele fica doce). Em geral, se faz a interrupção por adição de aguardente, mas no vinho AM, de Luís Pato, ela é feita por congelamento.
 
 Na coluna do dia 14/6 (sobre o livro Wine Wars) - O neologismo terroirist (em português, terroirista) criado pelo autor do livro, vem do francês terroir (pronuncia-se “terroar”) que, literalmente, significa “terreno”, mas é o termo enológico que designa o local onde se encontra um vinhedo e tem sentido muito mais amplo, pois refere-se ao conjunto de fatores ambientais naturais (solo, topografia, clima e ecossistema) da área onde está o vinhedo. O terroir determina as características do vinho!
 
 Como já tem leitores me cobrando, apresento minha escala de notas de 0 a 5 para que possam compreende-la: 5 – Excelente – Maravilhoso, para ser bebido de joelhos. 4 – Muito bom – Superior, para ser bebido com atenção e em ocasiões especiais. 3 – Bom – Honesto, agradável, para ser bebido no cotidiano. 2 – Fraco – Bebo se não houver outro melhor! 1 – Ruim – Bebo só se obrigado! 0 – Péssimo – Horrível, não bebo nunca mais, nem morto!
 
 Nesta semana, participei da apresentação de vinhos da prestigiada vinícola chilena Viña Carmen, promovida pela importadora Mistral, na Churrascaria Fogo de Chão, e conduzida pelo diretor de Exportação Luís Carlos Andrade, chileno de nome “brasileiro”.
 
 A Viña Carmen é a vinícola mais antiga do Chile (fundada em 1850) e em seus vinhedos, na localidade de Alto Jahuel, a 40 km ao sul da capital Santiago, foi “redescoberta” a uva francesa Carménère, praticamente extinta no seu local de origem, a região de Bordeaux. Foi lá que, em 1994, o ampelógrafo (estudioso de uvas) francês Jean Michel Boursiquot encontrou, nos vinhedos de uva Merlot, videiras da uva Carménère. Assim, a Viña Carmen foi a primeira no Chile a produzir um vinho da uva Carménère.
 
 A seguir, apresento os vinhos degustados e sua notas, segundo a minha escala de 0 a 5 pontos.
 
 Carmen Gran Reserva Sauvignon Blanc 2011. Delicioso branco, bom para acompanhar sushis e sashimis. Nota: 3/4.
Carmen Gran Reserva Pinot Noir 2011. Um Pinot Noir muito bom. Delicado, mas bem gastronômico. Nota: 4.
Carmen Gran Reserva Carménère 2012. Um bom Carménère. Nota: 3/4.
Carmen Gran Reserva Merlot 2010. Belo merlot, bem estruturado e elegante. Nota: 4.
Carmen Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2011. Vinho muito bom, um bom retrato do que se faz de melhor com essa uva no Chile. Nota: 4+.
Carmen Winemaker’s Reserve Cabernet Sauvignon Blend (85% Cabernet Sauvignon + 10% Malbec + 5% Petit Verdot) 2008. Um grande vinho! Encorpado, aveludado, muito equilibrado e elegante. Nota: 4/5.
Carmen Winemaker’s Reserve Carménère Blend (85% de Carménère + 10% Carignan + 5% Cabernet Sauvignon) 2008. Belíssimo vinho! Aromas de café e madeira. Robusto, macio, equilibrado e refinado. Belo vinho! Nota: 4/5.
Obs: Os tintos Gran Reserva ficam 12 meses, e os Winemaker’s, 18 meses em barricas de carvalho.
 

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