Desmatamento: rua atropela área verde em Nova Lima

Raquel Ramos - Hoje em Dia
10/02/2014 às 09:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:55
 (Luís Eduardo Lemos/Divulgação)

(Luís Eduardo Lemos/Divulgação)

O Ministério Público Estadual (MPE) vai propor uma ação civil pública responsabilizando a Prefeitura de Nova Lima e a Associação Comunitária do bairro Jardins de Petrópolis pelo desmatamento de uma área verde do município, em 2009. Sem a licença dos órgãos ambientais competentes, a intervenção que facilitaria o acesso de proprietários aos próprios lotes, acabou causando prejuízo à fauna e flora local. Segundo documento assinado em 30 de janeiro de 2014 pela promotora de Justiça Andressa Lanchotti, a supressão de Mata Atlântica em estágio avançado de regeneração se deu em um terreno de aproximadamente 4.250 metros quadrados – parte dele localizada em área de preservação permanente.   “Técnicos foram ao condomínio e, após a perícia, ficou constatado que houve crime ambiental”, afirmou a promotora. A parcela de culpa do município, na sua visão, está no fato de as máquinas utilizadas para retirar a vegetação terem sido cedidas pela prefeitura.   Pelos danos ambientais causados, município e associação estariam sujeitos a multa de R$ 175 mil. A ação movida pelo MPE defende que o valor seja depositado em conta judicial e revertido para ações de defesa ao meio ambiente, conforme indicação da Promotoria de Justiça da cidade.   Mato   No entanto, na versão de Edymar Von Randow, presidente da Associação Comunitária do bairro Jardins de Petrópolis na época, o problema está sendo superestimado. “Não se trata de vegetação regenerada. É apenas uma rua que, por omissão da prefeitura, foi tomada por mato”, afirmou.   Conforme ela, o condomínio tinha em mãos uma liminar que determinava à prefeitura a intervenção no local. “Então, não somos nós que temos que arcar com esse prejuízo”, disse.   Gestor ambiental e denunciante, Luís Eduardo Lemos garante que o desmatamento foi motivado por especulação imobiliária. “Muitos desses terrenos foram comprados na década de 70 e 80. Para vendê-los, como desejam agora, escolheram abrir um caminho de forma ilegal para chegar aos lotes. Não sou contra essa ação, desde que o meio ambiente seja respeitado”, observou.   Ele ressaltou que o impacto ambiental provocado em 2009 não se limitou à área desmatada. “Há relatórios que apontam que todo o entorno sofreu prejuízos. Quando chove, o solo que ficou exposto é carregado pela água até os córregos. Os animais também perderam abrigo e alimentos”.

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