MOSCOU - Trinta e seis pacientes e dois funcionários morreram nesta sexta-feira (26) em um incêndio que destruiu um hospital psiquiátrico na região de Moscou.
As chamas afetaram o local no momento em que os pacientes dormiam, em um edifício de madeira que tinha as janelas protegidas por grades.
O incêndio reativou a polêmica sobre as medidas de segurança nas instituições médicas russas, sobretudo nos hospitais psiquiátricos, depois de uma série de tragédias registras nos últimos anos.
O fogo começou no teto e se alastrou rapidamente pelo estabelecimento na pequena cidade de Ramensky, a 40 km da capital russa.
Os pacientes morreram queimados ou asfixiados enquanto dormiam depois que o fogo se propagou rapidamente pelo edifício de madeira. Três pessoas conseguiram escapar no início do incêndio.
"De acordo com as primeiras informações, 38 pessoas morreram, três sobreviveram: uma enfermeira e dois pacientes", afirma um comunicado do ministério da Saúde.
O ministério das Situações de Emergência informou que a primeira ligação sobre o incêndio aconteceu às 2H00, mas os bombeiros demoraram quase uma hora para chegar ao local, ao invés dos 20 minutos habituais.
As causas da tragédia estão sendo investigadas.
"Retiramos 36 corpos. Sete foram asfixiados por monóxido de carbono, os outros têm queimaduras", afirmou a porta-voz da polícia local, Irina Gumyonnaya.
O governador interino regional Andrei Vorobyov disse à imprensa que "a investigação deve determinar se as grades das janelas foram ou não a causa de tão poucos pacientes terem conseguido escapar".
Os pacientes dormiam profundamente porque haviam tomado sedativos, informou a agência ITAR-TASS.
Os alarmes de fumaça do hospital funcionaram e uma enfermeira conseguiu salvar dois pacientes, segundo as equipes de emergência.
O diretor médico da instituição, que não teve o nome divulgado pelos meios de comunicação russos, descreveu os enfermos como "um grupo de pessoas muito difíceis, pacientes psiquiátricos com enfermidades crônicas e ataques frequentes, que sofriam de alcoolismo e eram viciados em drogas".
As autoridades russas anunciaram a abertura de uma investigação criminal sobre o descumprimento das regras contra incêndios.
Entre as diversas causas possíveis estão o uso de fogo ou um curto-circuito, assim como um incêndio criminal.
O diretor médico recordou que o prédio de um andar foi totalmente fabricado com madeira em 1952.
Os bombeiros demoraram uma hora a chegar ao local porque uma área da estrada sobre um canal próximo estava fechada, segundo o ministério das Situações de Emergência.
A região de Moscou anunciou um dia de luto no sábado e uma indenização de 500.000 rublos (16.026 dólares) para cada família.
Em 2009, 23 pessoas morreram em um incêndio em um asilo em um prédio de madeira na república de Komi, Norte da Rússia.
Em 2007, 63 pessoas morreram em outro asilo, na região de Krasnodar (Sul).
Um ano antes, 45 mulheres faleceram em um incêndio em uma clínica de reabilitação para viciados em drogas de Moscou. As janelas estavam protegidas por grades e a saída de emergência havia sido trancada.