Minas Gerais exporta mais minério, mas receita cai

Bruno Porto - Hoje em Dia
08/10/2014 às 08:02.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:31
 (Samarco/Divulgação)

(Samarco/Divulgação)

A China faz estoque com minério de ferro barato, puxa recorde de exportação de Minas Gerais e reforça o cenário de preços desvalorizados para o insumo siderúrgico. De janeiro a setembro deste ano, o Estado exportou 130 milhões de toneladas de minério de ferro, um recorde para o período desde o início da série histórica, em 2002. Apesar do volume maior, as receitas estão em queda, dada a desvalorização do produto no cenário internacional.

Nos nove primeiros meses deste ano, o volume de minério embarcado por Minas Gerais (130,3 milhões de toneladas) foi 5,5% superior ao de igual intervalo de 2013 (123,5 milhões de toneladas). As receitas, porém, recuaram 15% e ficaram em US$ 9,8 bilhões.

Do total de minério de ferro que as mineradoras do Estado comercializaram no mercado transoceânico, 61% tiveram a China como destino. “A China não vai parar de comprar, mesmo crescendo menos. Ela produz 50% do aço do mundo e precisa do minério. Mas quanto mais estoque ela formar, mais ela prolonga o período de preço baixo. É uma estratégia que torna o cenário complexo”, afirma o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.

A complexidade reside no fato de as mineradoras estarem ofertando mais minério para compensar, em parte, o menor preço. Essa oferta, no entanto, mantém o produto desvalorizado. Em setembro, Minas Gerais exportou 18,4 milhões de toneladas de minério de ferro, o maior volume mensal desde maio de 2010.

Cotado nessa terça-feira (7) a US$ 79,6 por tonelada, o minério de ferro em janeiro tinha preço de US$ 128,12 por tonelada, o que equivale a uma depreciação no período de 38%. “As gigantes como Vale, BHP Billiton e Rio Tinto aumentaram oferta. Elas vão ganhar com escala de produção. Mas mineradoras menores, com custos mais elevados de produção, podem ter o negócio inviabilizado em alguns casos”, afirmou Galdi.

As exportações totais de minério de ferro pelo Brasil somaram 249,2 milhões de toneladas de janeiro a setembro, contra 234,4 milhões de igual intervalo de 2013. A expansão foi de 6,31%. As receitas geradas pelas vendas externas da matéria prima caminharam em sentido contrário, e caíram 13%, de US$ 23 bilhões nos nove primeiros meses de 2013 para US$ 20,3 bilhões no mesmo período deste ano.
 

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