(Divulgação)
Sméagol é um dos personagens mais populares da saga “O Senhor dos Anéis”, mas definitivamente não é o mais simpático. Aliás, foi criado para ser desprezado e detestado. O espectador chega a ter momentos de compaixão por ele mas, por outro lado, odeia Gollum, a personalidade perversa dessa criatura repulsiva.
Mas Sméagol (ou Gollum) sempre viveu nas sombras, tanto no enredo, como na franquia e até nos games e produtos de merchandising. E a injustiça foi reparada com “The Lord of the Rings: Gollum”, game protagonizado pelo perturbado devoto do “precioso”.
O game estreou há pouco mais de um mês e foi duramente criticado nos reviews. Youtubers especializados em gameplay criticaram a mecânica de movimentos, os gráficos, luzes e demais efeitos do jogo. Chegaram a alegar que não era uma produção digna da nova geração.
As notas no indexador Metacritics corroboram opinião dos produtores de conteúdo. A edição para PC teve nota 39 nos reviews e 2.0 na pontuação do público. O indexador não é uma bússola precisa, muitas vezes as notas são distorcidas pelas relações estúdio e publicação, assim como as ações de “review bomb”, quando há um movimento orquestrado para difamar uma produção. Mas apesar de tudo é um balizador.
E o que achamos de “Gollum”? O grande barato desse game é colocar o Sméagol (Gollum) no centro das atenções. A trama ocorre a partir do momento em que Bilbo Bolseiro toma posse do anel.
Desolado pela perda do precioso, Gollum acaba sendo aprisionado pelos lacaios de Sauron, o Senhor das Trevas. Gollum é escravizado e forçado a trabalhar nas minas sob a Torre Sombria, aquela construção com o olho no topo.
O objetivo da criatura bipolar é fugir dali. Gollum é observado pelo anel e na trilogia ele faz tudo para recuperá-lo. Assim, o gameplay tem como base atividades furtivas. O jogador deve se esconder nas sombras para não ser visto pelos soldados de Sauron.
Ele também precisa criar distrações, como atirar pedras, apagar lanternas, tudo para abrir caminhos. E claro, muito parkour. Sméagol é um atleta e tanto. Escala, pendura, salta, corre em paredes, mergulha, além de outras perícias.
Também há interações com outros personagens. São poucos, mas nesses momentos o detalhe fica por conta de o jogador ter a liberdade de responder como Sméagol ou Gollum. O primeiro é mais cordial, enquanto o segundo é mais agressivo. O jogador deve saber quando ser diplomático ou ameaçador.
O jogador tem momentos raros de combate. Afinal, Gollum é frágil e insignificante diante dos orcs. Não tente partir para cima, pois ele será pego e morto.
O game balanceia bem as atividades de Sméagol (Gollum), assim como intercala bem os momentos de animação. Os desafios também vão se intensificando. Tudo isso prende a atenção do jogador. Mas depois de um bom avanço na trama, fica um pouco enjoativo fazer as mesmas coisas.
Gráficos
O visual de “The Lord of the Ring: Gollum” não é ruim, mas está longe da perfeição. Há efeitos toscos, alguns bugs e realmente falta um molejo mais natural ao protagonista. Mas isso não tira o mérito do game. Afinal, em “Adventure”, clássico do Atari 2600, o jogador controlava um quadrado e mesmo assim enxergava lógica naquilo. Nunca é o gráfico que define um jogo.
Preço
Uma das reclamações dos usuários foi com o preço do game. Muitos consideraram o jogo caro demais para o que ele entrega. Na Steam, a versão para PC estreou por R$ 150. Mas já caiu para R$ 105.
Por outro lado, as versões para consoles não tiveram o mesmo abatimento. Na PlayStation Store o game parte de R$ 300 para PS5 ou PS4. E talvez esse seja o problema de “Gollum”, ele faz o jogador pensar duas vezes como vai gastar tanto dinheiro num jogo, que tem sido demonizado como o próprio Sméagol.
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