Parentes em via-sacra por informações sobre presos

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
09/06/2015 às 07:13.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:23
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

GOVERNADOR VALADARES – O rastro de destruição e violência provocado pela rebelião que matou dois presos e deixou 16 deles feridos no presídio de Governador Valadares, Leste do Estado, começou a ser apagado do prédio nesta segunda-feira. Mas, da memória de familiares dos detentos e vizinhos da cadeia, o cenário de guerra está longe de ser esquecido.

A limpeza da unidade foi iniciada nesta segunda-feira (8), com a ajuda de presos que não participaram do motim. Mas as famílias estavam assustadas e preocupadas com tudo o que aconteceu. “É violência demais. Não aguento mais isso”, desabafa a aposentada Neli Batista, de 60 anos, mãe de Marcos Benevides Júnior, de 30, que ficou preso por três anos por envolvimento com drogas.

Na semana passada ele havia sido solto, mas foi preso novamente dois dias antes da rebelião. “Jurei que nunca mais o visitaria atrás das grades, mas estou aqui, desesperada, sem saber se está vivo ou morto”, diz. Depois de saber por uma agente que o filho não estava entre os mortos, feridos ou que trabalham no mutirão de limpeza, respirou aliviada e se juntou às dezenas de parentes que peregrinavam desde cedo em busca da lista com nomes e locais para onde foram transferidos.

“Pelo menos sei que está vivo e isso alivia”, desabafa. A aposentada foi para o prédio do Fórum, no Centro, um dos pontos anunciados para divulgação da lista, mas não a encontrou.

Por volta das 15h30, depois que uma multidão se aglomerou no local, o juiz da Vara de Execuções Penais, Tiago Colnago Cabral, informou que a lista só será divulgada na tarde dessa terça-feira (9). Mas adiantou que a maioria dos condenados (cerca de 300 dos 829) está na cidade mesmo. Eles foram transferidos para a Penitenciária Francisco Floriano de Paula, no distrito de Paca.

Os demais foram levados para 24 cidades, dentre elas Caratinga, Ipatinga, Teófilo Otoni e Juiz de Fora. Vinte e cinco estão no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Belo Horizonte.

Dos 16 presos feridos levados ao Hospital Municipal de Valadares, sete continuam internados, sem gravidade
 

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