O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação "Lava Jato", afirmou que não excluiu a possibilidade "da existência de outras contas secretas no exterior ou no Brasil controladas pelo casal" de marqueteiros do PT João Santana e a mulher e sócio, Mônica Moura. Os dois são suspeitos pelo recebimento de pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de corrupção na Petrobras, por meio da conta na Suíça em nome da offshore Shellbill Finance SA.
"Como rastreados no exterior depósitos na conta Shellbill de apenas USD 7,7 milhões, não excluo a possibilidade da existência de outras contas secretas no exterior ou no Brasil controladas pelo casal, já que as planilhas acima apontadas indicam pagamentos bem superiores a este valor", afirmou Moro, ao justificar a nova prisão temporária do casal, pedida pela Polícia Federal nesta sexta-feira (26).
Onze procuradores da República que subscrevem o pedido de renovação da custódia alegam que João Santana e Mônica mentiram em seus interrogatórios. Eles apresentaram versões que não convenceram os investigadores, principalmente na parte relativa a pagamentos realizados pela empreiteira Odebrecht. "Revelam-se indícios de que, além de terem faltado com a verdade em seus depoimentos, Mônica Moura e João Santana receberam de forma dissimulada, pelo Grupo Odebrecht, quantidade ainda maior de recursos provenientes de crimes cometidos contra a Petrobras", destacam os procuradores.