Artistas estrangeiros participam de imersão artística no morro das pedras

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
29/08/2015 às 11:17.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:33
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Há alguns meses, a iniciativa Embaixada Cultural colocou um edital no ar para que artistas de diferentes países latino-americanos pudessem realizar uma imersão artística em BH. Recebeu 40 inscrições, das quais cinco pessoas de países diferentes foram selecionadas.   A imersão veio se realizando nas duas últimas semanas, no Centro de Arte e Cultura Flor do Cascalho, no Aglomerado Morro das Pedras, e terá seu grand finale neste domingo (30), em um festival de música e cultura que vai ocupar o mesmo espaço das 9h30 às 20h. Nele, os artistas vão mostrar o resultado da residência artística em meio a apresentações de artistas da comunidade, como Mestre Conga e Arautos do Gueto. “Trabalhamos intensamente em pouquíssimo tempo. Foi um processo de troca com a comunidade e com muita criatividade, porque somos todos compositores”, conta Grego Quirós, músico e professor argentino.   Riqueza   A violonista colombiana Cláudia Elena Ocampo, única mulher no processo, diz que as cinco músicas gravadas no estúdio montado dentro do Flor do Cascalho são muito ricas.   “O resultado é muito lindo, a mistura entre nós se deu muito bem. Em cada uma das canções é possível sentir um pouquinho da cultura de cada um de nós”, conta a musicista, lembrando que, além das diferentes origens geográficas, há também diferenças entre as linguagens trabalhadas pelos artistas – uns mais urbanos, outros mais clássicos, uns mais ligados à música popular, outros ao rock ou jazz.   A hospitalidade do mineiro também contribui. “O que achei mais incrível é que sempre existe um espaço para compartilharmos nossa música nesta cidade, independentemente do gênero”, diz o uruguaio Martín Turielli.   Além dos três, participaram do processo, Demian Galvez (México), Tomás Del Real (Chile), além de Rick Silva e Wender Santos, que são moradores do Morro das Pedras.   Produção   O projeto foi possível graças a um edital do programa Ibermúsicas, um fundo desenvolvido e administrado pelo Instituto Imersão Latina, uma associação de artistas independentes que está completando dez anos.   A imersão é um dos vários projetos que a organização Embaixada Cultural vem realizando desde o ano passado. O objetivo da empreitada é estreitar laços entre artistas e produtores brasileiros com a cadeia produtiva da música de países da Europa, África e América Latina.   Outra ação que a Embaixada Cultural está realizando neste momento é a pequena turnê que o grupo paraibano Cabruêra fará pelo continente africano, com dois shows em Moçambique e um na África do Sul. Segundo Gabriel Murilo, integrante da Embaixada, os países da África formam um mercado bastante promissor para a música brasileira.   “Fui convidado para ser jurado em uma feira de música em Benin e vou realizar uma palestra na África do Sul sobre a música independente no Brasil”, diz Gabriel Murilo, explicando que a entidade faz mapeamentos de editais criados por instituições de diferentes países para conseguir viabilizar os intercâmbios.   O centro Flor do Cascalho é um braço da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro (Acesa)

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