Motoristas e cobradores fazem paralisação e complicam trânsito em BH

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
25/04/2016 às 06:36.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:05
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Passageiros do transporte público de Belo Horizonte enfrentaram transtornos com a paralisação dos rodoviários, deflagrada na manhã desta segunda-feira (25). Além das longas filas nos pontos de ônibus, o trânsito também ficou carregado porque muitos decidiram sair de carro de casa. maior parte dosonibus já retornou às ruas no início da tarde, segundo a BHtrans.

A autarquia informou ainda, por meio de nota, que as estações Barreiro e Diamante ficaram fechadas por causa da manifestação. Os terminais Venda Nova, Vilarinho e Pampulha funcionaram parcialmente nesta manhã, com 30%, 30% e 15%, respectivamente, da frota parada. Nesses pontos, os passageiros tiveram que recorrer ao metrô. Já no terminal São Gabriel os coletivos rodaram normalmente.

Ainda conforme a autarquia que gerencia o tráfego na capital, das 54 linhas que passam na área central da cidade, apenas as 2102 (Gameleira/Serra) e 2151 (Vista Alegre/Serra) não circularam. "A BHTrans contou com o apoio da Polícia Militar para garantir aos trabalhadores rodoviários que não aderirem à greve as condições adequadas de trabalho", informou.

Paralisação

Segundo o diretor do sindicato, Denilson Dorneles, a categoria é contra um Projeto de Lei 1.881, que autoriza a implantação da bilhetagem eletrônica no transporte público da capital. O PL já foi votado em segundo turno na Câmara Municipal de BH e deve ser enviado ao prefeito Marcio Lacerda.

"Acreditamos que a aprovação desse projeto é um importante passo para acabarem com a profissão do agente de bordo, que não é só um trocador, mas um assistente do motorista, que deve ter sua atenção apenas no trânsito. Queremos uma reunião com o prefeito para discutirmos essa situação", explica.

Conforme o sindicato, o movimento começou, na prática, por volta das 3h nas portas das garagens e atinge todas as linhas convencionais que operam em BH, além do sistema BRT/Move. Está previsto um ato no período da tarde, em frente à prefeitura, onde será realizada uma assembleia para definir os próximos passos do movimento, como a duração da paralisação.Wesley Rodrigues/Hoje em Dia

Com a greve dos coletivos, muitos passageiros tiveram que usar o carro para seguir para o trabalho

Protesto

A BHTrans informou que não foi comunicada sobre a paralisação e que recebeu, no último dia 20, um pedido de uma reunião em caráter de urgência para discutir a possibilidade de veto ao PL que prevê a retirada dos agentes de bordo do sistema de transporte coletivo municipal.

A empresa que gerencia o trânsito na capital disse que vai agendar essa reunião ainda hoje e que implementou uma operação especial de trânsito, com o objetivo de minimizar os impactos da paralisação para os passageiros de ônibus da capital.

Em nota, a BHTrans disse que solicitou o apoio à Polícia Militar para garantir aos trabalhadores rodoviários que não aderirem à greve; agentes da empresa vão permanecer nas estações de integração para orientar os passageiros sobre as opções de deslocamento; Foi requerido junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que empenhe o maior número de viagens do metrô para atender a eventual aumento de demanda de passageiros nesse modal, além de equipes da Unidade Integrada de Trânsito (UIT) que estarão nas ruas monitorando e operando o tráfego nos principais corredores e interseções viárias da cidade.

Demissões

Segundo Dorneles, 6 mil empregos estão em jogo. “A lei abre brecha para que acabem com o cargo de cobrador. Se ela for aprovada, os motoristas terão que receber a passagem e dirigir. Queremos que o prefeito vete e que a população entenda que é ruim para todos. A paralisação é a única maneira de mostrar o que querem fazer com a nossa categoria”, pondera.

Ainda conforme o presidente do sindicato, a PL aumenta a responsabilidade sobre o motorista e diminui a segurança do passageiro. “O trajeto vai demorar mais, ou o motorista vai precisar contar moeda e dirigir ao mesmo tempo, o que não é seguro para ninguém”, critica.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por