Bloco Havayanas Usadas embala multidão de 300 mil pessoas no Santa Efigênia

Juliana Baeta
04/03/2019 às 11:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:49
 (Juliana Baeta / Hoje em Dia)

(Juliana Baeta / Hoje em Dia)

Pelo terceiro ano nas ruas de BH, o bloco Havayanas Usadas foi um dos destaques desta segunda-feira (4) de folia. A concentração começou às 11h na avenida dos Andradas, altura do bairro Santa Efigênia, região Leste da capital, e o público acabou superando as expectativas. Segundo uma das organizadoras do bloco, Cris Gil, a estimativa era que cerca de 200 mil pessoas comparecessem ao cortejo, a mesma média do ano passado. No entanto, o público chegou a 297 mil pessoas, enchendo a avenida dos Andradas de cor, serpetina e axé.

O tema desta edição é "Soy loco por ti Carnaval", uma forma de reafirmar as raízes latino-americanas. "O Carnaval é uma manifestação política de rua, é a ferramenta que nós temos para dizer o que precisa ser dito. Estão acontecendo coisas tão ruins na América Latina neste momento, que o tema deste ano é pra lembrar também que o Brasil está aberto aos nossos irmãos latino-americanos e que estamos juntos", conta Cris Gil.

E é por isso que o tradicional som do axé comandado pela bateria se fundiu a ritmos latino-americanos como a cumbia, ao longo do desfile. O bloco tem o apoio da Transvest e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

O engenheiro Igor Bedeti, de 29 anos, foi vestido de "Seu Boneco", personagem icônico da "Escolinha do Professor Raimundo". "Minha namorada que me incentivou, disse que eu ia ficar lindo. E realmente está um sucesso, todo mundo para pra tirar foto", brinca.

A dona de casa Heloísa Coutinho, de 65 anos, acompanha o desfile do bloco pela segunda vez, que é o seu favorito. "Eu sou apaixonada com essa bateria, arrepiei toda quando começou", conta, animada. Levantando a plaquinha escrito "Não é não", ela diz ainda que, infelizmente, é preciso dizer o óbvio.

Não é não

No primeiro Carnaval após a importunação sexual virar crime, integrantes do bloco Havayanas Usadas reforçam que depois do não tudo é assédio. De cima do carro de som eles disseram que se algum caso fosse flagrado no público, bastava avisar a alguém da bateria ou quem estivesse na corda que o bloco iria para que o assediador seja exposto.

Dentre o público, muitas famílias e crianças seguiram o cortejo. No trio elétrico, a cantora chilena Claudia Manzo abriu os trabalhos com a clássica canção "Soy loco por ti América", seguida pelo rapper Kdu dos Anjos, do projeto Lá da Favelinha, que em suas rimas lembrou a todos da tragédia em Brumadinho, e foi ovacionado.

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Confira as fotos do desfile:

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