Coleções autorais marcam a trajetória de jovens estilistas durante a apresentação

Camila Tardeli - Hoje em Dia
28/06/2015 às 13:26.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:40
 (Sergio de Rezende/Divulgação)

(Sergio de Rezende/Divulgação)

Estreantes com profissionalismo de veteranos. Este foi o resumo da 21ª edição do Fumec Forma Moda, que aconteceu na última terça-feira, na Torre Alta Vila, em Nova Lima. O evento, que já faz parte do calendário da moda de Belo Horizonte, teve a coordenação do professor Antonio Fernando Batista dos Santos, com produção executiva da Voltz Design e direção artística de Rodrigo Cesário. A banca de avaliação foi composta por formadores de opinião ligados ao mundo da moda, entre eles, professores, empresários, estilistas, jornalistas, produtores e stylists.

Divididos em 3 blocos de apresentação, os 17 novos designers abusaram da criatividade e do uso de materiais inusitados para surpreender os que estavam presentes. “Um formato enxuto que possibilita ao aluno se aprofundar no tema e, principalmente, experimentar. Esse é nosso objetivo” afirma o coordenador.

Antes de cada desfile já era possível prever o que estaria por vir. Um pequeno vídeo mostrou as fases do processo de criação de cada aluno. Enquanto na passarela, os três looks apresentados concretizaram um trabalho multidisciplinar. Moda autoral digna de grandes profissionais.

Era uma vez

por Thais Vaz

A coleção de vestidos de noivas da designer Thais Vaz visa despertou o desejo da mulher sentir-se como uma princesa para viver um amor infinito. E para isso ela misturou o doce dos contos de fadas e lembranças afetivas com muitas sobreposições e trespasses. Os looks variam de tonalidade, partindo do sépia até chegar ao branco. Destaque para o hand made aplicado sobre os shapes retos e as formas fluídas. A riqueza das produções ficou por conta do uso de materiais como tecidos, botões, bordados e rendas.

O abandono

por Lucas Riegert

Lucas Riegert viajou por 32 cidades e vilarejos no entorno da antiga ferrovia Bahia-Minas para traduzir em roupas o abandono da região. Acompanhado da fotógrafa e cinegrafista Ana Beatriz Vasconcelos, eles fizeram registros fotográficos e colheram depoimentos de quem vivenciou de perto tal processo. O resultado foram produções que remetiam ao desgaste. Tecidos rústicos e deteriorados naturalmente pelo tempo serviram de base para os looks de cortes retos, assimétricos e em camadas. Tons terrosos completaram o conceito de decomposição.

Mine

por Isabela Konstantin

A alfaiataria é o destaque do trabalho de Isabela Konstantin. Peças atemporais, como calças, coletes e camisas feitas em puro linho em azul e branco, representam a elegância e o requinte da influência inglesa no período da exploração do ouro na região de Nova Lima (MG). Para se distanciar do comum e imprimir sua identidade, a designer desenvolveu golas de paletó, colete, colares, anéis com fragmentos de cerâmica e com motivos inspirados na tradicional louçaria britânica. A cartela obedece aos tons de azul, branco e dourado.

Noma

Por Raira Ramos Cunha

Um mundo sem fronteiras. A busca por identidade. Um nômade da vida moderna. Baseada nessas ideias, Raira Ramos Cunha desenvolveu coleção inspirada em um estilo de vida e pautado na experimentação. A jovem fez uso de tecidos de tapeçaria. Optou por mesclá-los com fibras naturais e associados a bordados em fios de lã, feitos pela própria designer. Em contrapartida, os tons claros destacaram diferentes texturas e os shapes limpos com alguns recortes garantiram um visual contemporâneo e despojado. Raira criou também acessórios como o brinco pendente e a bolsa carteira.

Asséptica

por Laura Braga

A plasticidade e os mistérios do cérebro humano foram os temas escolhidos por Laura Braga em “Asséptica”. Com novas maneiras de trabalhar a organza e o neoprene, a designer criou uma coleção tão surpreendente quanto o órgão em questão. Também foi capaz de unir ciência e arte. A cada look uma visão diferente, partindo do que pode ser visto a olho nu até aprofundar-se na microscópica e enigmática rede de neurônios. Precisão cirúrgica é a melhor definição para a escolha dos acessórios utilizados na produção.

L’omo

por Natalie Chlad e Sarah Pires

A dupla Natalie Chlad e Sarah Pires mergulhou na história da África para apresentar a coleção “L’omo”. Pinturas corporais usadas por uma tribo africana serviram de inspiração para desenvolver estampas exclusivas em aquarela. O requinte se deu ao escolher tecidos fluidos e leves, bordados feitos a mão e acabamentos de alta-costura. Os valores étnicos também foram representados na cartela de cores em tons terrosos e em detalhes em couro nas peças.

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