Casos de coqueluche aumentam em Minas, mas Secretaria de Saúde descarta surto

Thaís Mota - Hoje em Dia
18/04/2013 às 19:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:57

  Nos últimos anos, o número de casos de coqueluche aumentou drasticamente em Minas Gerais e já é preocupante. Em 2011 foram 82 casos notificados à Secretararia de Estado de Saúde (SES), enquanto em 2012 o número chegou a 300, ou seja, houve um aumento de 365% de um ano para outro. Já este ano, os números seguem o mesmo ritmo do ano passado. Até esta quinta-feira (18), pelo menos 106 pessoas já haviam sido diagnosticadas com a doença no Estado.    Já em Belo Horizonte, 17 pessoas tiveram a doença confirmada só este ano, o que corresponde a quase metade dos casos notificados à Secretaria Municipal de Saúda (SMSA) durante todo o ano de 2012. Já no ano passado, em relação ao anterior, houve um aumento de 50% no número de casos.    Mas estes números podem ser bem maiores. Segundo a infectologista Tânia Marcial, há muitos casos que são diagnosticados mas não são notificados aos órgãos de saúde. Ainda conforme a médica, uma das explicações para o aumento repentino da doença, que atinge principalmente crianças com menos de um ano, está relacionada ao efeito da vacina, que passa após alguns anos. "Não há reforço da vacinação para os adultos e a população acaba ficando exposta à bactéria", explica. Outra causa apontada pela médica é que nos últimos anos houve mais investimento na divulgação de informações sobre a doença, o que facilita também nos diagnósticos.   Apesar do crescimento do número de casos da doença, a SES descartou que haja um surto em Minas e informou que o aumento é geral, ou seja, em todo o país. Além disso, o órgão confirmou que a principal causa para esse aumento é a falta de reforço na vacinação e informou ainda que o Mistério da Saúde pretende, ainda este ano, incluir a vacina DTPa no calendário das gestantes, já que são consideradas a principal fonte de transmissão aos bebês.   Sobre a doença   A coqueluche é uma doença infecciosa aguda transmitida de pessoa a pessoa, por meio de gotículas eliminadas durante a fala, ou ao tossir e espirrar e compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). Prevenível por vacina, a doença acomete predominantemente crianças menores de um ano, sendo que os lactentes, ou seja, bebês com menos de seis meses, são os mais propensos a apresentar formas graves da coqueluche, que pode inclusive evoluir para a morte.    Isso porque vacinação é administrada em três doses e a primeira é aplicada no segundo mês de vida da criança. A imunização contra a coqueluche está contida na vacina tetravalente (DTP). De acordo com a SES, outros dois reforços (aos 15 meses e quatro anos) são necessários para completar o esquema vacinal dessa vez com a vacina DTP.   Segundo a infectologista Tânia Marcial, o principal sintoma da doença são os acessos de tosse. "Hoje todos que estão tossindo há mais de 14 dias devem investigar a possibilidade de ter coqueluche". Já as crianças abaixo de três meses podem apresentar também dificuldade respiratória e, caso a doença não seja diagnosticada precocemente, podem ter complicações que evoluem até para morte.    As principais medidas que são adotadas para evitar a disseminação da bactéria é o isolamento do doente com coqueluche. Além disso, os órgãos de saúde devem buscar indícios de outros casos suspeitos nos ambientes frequentados pelo paciente. Medidas de higiene como lavagem das mãos, uso de máscara no contato com o doente, limpeza e desinfecção dos objetos utilizados pelo doente são extremamente importantes para evitar a transmissão.

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