MONTES CLAROS – A Universidade do Texas e Austin, no Estados Unidos, está pesquisando a perereca da espécie hypsiboas lundii, comum no Norte de Minas. O trabalho é feito pela bióloga Mariana Mira Vasconcelos, em parceria com o Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília. Ela percorreu os parques do Vale do Peruaçu, em Januária e Itacarambi, além de outras reservas ambientais. Hoje, a pesquisadora conclui os seus estudos em Minas Gerais, em Claro dos Poções. Segundo Mariana, a hypsiboas lundii é encontrada próximo a riachos, principalmente no cerrado de Minas, Goiás e São Paulo. O foco da pesquisa é a genética da espécie. Estão sendo avaliadas as condições do habitat da perereca e a relação entre as bacias hidrográficas onde o animal foi encontrado, como a do São Francisco, Tocantins e Paraná. O professor Vicente Ferreira Almeida, coordenador do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), ressalta que há vários estudos em andamento sobre a extração de uma glândula da hypsiboas lundii, para a produção de medicamentos. Habitat ameaçado A espécie depende das florestas do cerrado em todas as fases do seu ciclo de vida. Os machos vocalizam na vegetação alta (de 1,5 a 10 m de altura). A perereca reproduz ao longo da estação chuvosa e esporadicamente na seca. O cerrado abrange uma área de aproximadamente 2 milhões de quilômetros, o segundo maior bioma do Brasil (21% do território nacional).Os estudos mostram que a destruição do cerrado ocorre de forma acelerada. Em 2002, os satélites mostraram que 55% do bioma tinham sidos desmatados ou alterados pela ação humana.