Álbum do carioca Sylvio Fraga é pura poesia

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
21/03/2016 às 09:19.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:52
 (João Atala/Divulgação)

(João Atala/Divulgação)

Será difícil para um dono de loja de discos definir em qual prateleira o álbum “Cigarra no Trovão”, de Sylvio Fraga Quinteto. O belo álbum trafega com tanta naturalidade por diferentes linguagens e caminhos estéticos, que fica complicado decidir se é melhor inseri-lo no universo do jazz ou da MPB.

“Lido com a pluralidade de linguagens de forma orgânica, que é entre o prazer e as crises. Gostar de uma música é a melhor coisa que tem, dá uma inveja boa. Às vezes dá vontade de seguir ouvindo, às vezes dá vontade de parar e correr para o violão, às vezes dá vontade de ficar sem compor pelo esmagamento que uma obra alheia pode causar”, diz o artista carioca.

Antes da diversidade na composição, existe o ecletismo na audição. “Além do jazz, do rock e da MPB ouço muita música clássica, alguma música eletrônica. Ouço qualquer coisa, desde eu goste”.

Ampliação

“Cigarra no Trovão” é o segundo álbum do artista e tem como principal diferencial em relação a “Rosto” (2013) a ampliação de possibilidades sonoras, especialmente pela inclusão de sopros nos arranjos.
“Objetivamente o que mudou do primeiro para o segundo disco foi uma expansão e mudança na banda. Mac Willian Caetano permaneceu na bateria, Bruno Aguilar assumiu o baixo, José Arimatéa o trompete e Lucas Cypriano os teclados. As possibilidades sonoras se expandiram muito”, diz.

Sylvio assina sozinho cinco das 13 faixas e divide parcerias com Thiago Amud, Pedro Dias Carneiro, o poeta Eucanaã Ferraz e outros. Os arranjos foram todos desenvolvidos de maneira coletiva, pelo quinteto.

Poesia

Ao mesmo tempo em que lança “Cigarra no Trovão”, Sylvio coloca no mercado seu segundo livro de poesias, “Cardume” (7 Letras), escrito na época em que o artista cursava pós-graduação em poesia na New York University. Uma das principais características da obra é a relação estabelecida entre cidade e natureza.
“Um característica importante é que algumas pessoas e alguns bichos aparecem em poemas diferentes ao longo do livro. Isso cria uma quase-narrativa, mas apenas no sentido de ler poemas diferentes que têm os mesmos personagens. Dá uma sensação de intimidade, eu acho, de familiaridade com algo que na verdade é novo”, afirma.

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