Contagem regressiva para ver a boy band Fly

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
23/05/2015 às 09:18.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:10
 (Divulgação)

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“Meu coração está acelerado. Estou muito ansiosa”, confessa a estudante Renata Valverde, 16 anos, reverberando um sentimento similar ao de dezenas de adolescentes mineiros. Tanta euforia se deve ao show que a boy band paulistana Fly fará neste domingo (24), às 18h, no Granfinos. Carismáticos até a medula, os integrantes do Fly – Caíque Gama (20 anos), Nathan Barone (22) e Paulo Castagnoli (24) – cantam, dançam e parecem ter saído de um editorial de moda. Juntos desde 2013, causam frisson por onde passam – com suas letras de fácil assimilação – e também nas redes sociais.   Eles desembarcam na capital mineira para lançar o EP “Mais Um”. Mas, bem, não é a primeira vez que os garotos pisam o solo belo-horizontino: o trio já havia estado por aqui no final de 2014. “O show teve casa lotada. O contato com o público mineiro foi incrível. E essa (apresentação) vai ser melhor ainda”, aposta Caíque.   Os fãs que esgotaram os ingressos do “Meet & Greet” – momento em que podem tirar foto com um dos integrantes e recebem kits com produtos da banda – não duvidam dessas palavras.   ‘Flyers’   A estudante Renata Valverde vai pela segunda vez, tanto ao show quanto ao M&G. “Ano passado tirei foto com o Nathan. Este ano, quero uma com o Caíque”, conta ela, que tem CD, almofada, adesivos e blusa de frio da banda. Da primeira vez, Renata foi ao show com a mãe. Neste domingo, vai com os amigos de colégio Philittos Leônidas e Ana Luiza Drummond, ambos de 15 anos.    A paixão pelos garotos é tanta que muitos fãs, chamados carinhosamente pelo grupo de “flyers”, trocam suas fotos nas redes sociais por imagens da banda e participam de grupos no WhatsApp dedicados à troca de informações sobre os garotos. “No grupo, falamos sobre o show e novidades sobre a banda. Também combinamos encontro dos fãs”, conta Philittos, referindo-se ao grupo “FlayUai”.   Ansiedade   Uma rápida olhada no evento do Facebook “Fly em Belo Horizonte #MaisUm” dá para perceber a ansiedade dessa galera. “As músicas deles conseguem expressar o que nós sentimos de uma forma que as outras não fazem”, justifica a estudante Letícia Vieira, de 20 anos. Ela que, como a maioria dos fãs conheceu a banda por meio de amigos, também vai ao show pela segunda vez. “Gastei toda a minha mesada para pagar o M&G e o show. Mas por eles faço tudo”, garante Letícia, que desembolsou R$160 no combo, e ainda vai levar presente para os integrantes. “Fiz uma carta e vou levar algumas lembranças da nossa cidade para eles”, revela.   Para retribuir tanta dedicação dos fãs, Caíque diz que o show terá inúmeras surpresas. Algumas ele adianta: “Além das canções do EP novo e do primeiro disco, vamos fazer covers de Bob Marley, Charlie Brown Jr e outros que não posso contar”.    Saber tocar não é indispensável para quem quer ter banda   “Cabelos de Algodão”, faixa do novo EP da banda Fly, atingiu o 1º lugar das paradas do iTunes, nos rankings de singles e álbuns. “A internet e os aplicativos de celular têm sido um grande meio de divulgação do nosso trabalho”, afirma Caíque.    Seguindo essa tendência, Nathan Barone foi descoberto por eles no YouTube. “Queríamos uma terceira pessoa na banda e fomos procurar na internet. Em milhares de vídeos a que assistimos no YouTube, achamos o Nathan”, conta.   O grupo aposta suas fichas no poderio das vozes de seus integrantes. Caíque diz que o desejo inicial era formar uma banda tradicional de pop rock, mas nenhum integrante tocava outro instrumento além do violão. “Vimos que tinha essa onda de boy bands que só cantavam e embarcamos. O pop brasileiro está em alta, principalmente com o sucesso de nomes como Anitta e Naldo”, avalia.   Mas a banda Fly não foi a única a tomar as redes sociais e fazer a cabeça dos adolescentes. Em 2012 também surgiram o grupo carioca P9 – o nome é referência ao Posto 9, em Ipanema – e o The Jump, formado em Teresópolis. A P9 chegou a emplacar a canção “My Favorite Girl” na novela “Salve Jorge”.    Referências   Mas quem assistir a alguma performance dessas bandas e se lembrar do grupo londrino One Direction ou de bandas mais antigas, como a extinta N’Sync – comandada por Justin Timberlake, que na época matinha o cabelo descolorido e encaracolado – não está de todo equivocado. “Temos essas bandas como referência. Pegamos o som que faziam e acrescentamos coisas novas, da nossa geração”, explica Caíque.   No túnel do tempo   Não é de hoje que a onda das boy bands invade o Brasil. No final dos anos 80 e início dos anos 90, bombaram grupos como Polegar e Dominó. Pessoas na faixa dos 30 anos certamente se lembram do hit “Baila Baila Comigo”. Nessa mesma época, as apresentadoras Xuxa e Angélica abriram espaço para homens integrarem o elenco diário de seus programas. E assim se formaram os grupos Paquitos e Angélicos.   Em 2002 surgiu o grupo Br’oz, formado em um reality show. O sucesso foi tão grande que, em menos de um ano, o álbum “Prometida” vendeu mais de 350 mil cópias. “Sim, Sim Sim...”, essa palavra ficou na cabeça de muita gente por um bom tempo. “Hoje uma boy band não precisa necessariamente saber dançar, mas tem que ter uma boa estética, e trazer letras que digam algo ao público”, considera Caíque.

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